tag:blogger.com,1999:blog-64694944087882233442024-03-04T21:11:11.238-08:00Dançando à chuva IIDançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.comBlogger20125tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-39605934431101119872021-11-26T20:15:00.023-08:002023-05-25T10:27:28.009-07:00 TINA - Never surrender!<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/QQTYqoKQKrM" width="320" youtube-src-id="QQTYqoKQKrM"></iframe></div><span style="font-family: verdana; font-size: xx-small;"><div style="text-align: center;">"I'm still here. Good came out of bad, joy came out of paine and I've never been so completely happy as I am today."</div></span><div><br /></div><div><div><span style="font-family: verdana;">Anna Mae Bullock diz-vos alguma coisa? </span></div><div><span style="font-family: verdana;">Pois, é Tina Turner, "The Queen of Rock & Roll"!</span></div><div><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="font-family: verdana;">Nascida nos EUA a 26 de novembro de 1939, no estado de Tennessee, </span><span style="font-family: verdana;">Tina acabou de <a href="https://www.youtube.com/watch?v=PHMxVeql0CQ">celebrar 82 anos</a>, uma provecta idade que contem todo o peso de uma vida vivida nos extremos: do muito mau ao muito bom, em tudo!</span></div></div><div><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="font-family: verdana;"><div>Com uma carreira artística verdadeiramente eclética, destacou-se como cantora, compositora, dançarina, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=qUP6rlFZ7Uc">actriz</a> e produtora de alguns dos seus próprios espectáculos. Não é de estranhar, portanto, que tenha sido - ainda é - a <a href="https://www.youtube.com/watch?v=x3nVfJGhLR4">musa inspiradora</a> de muita gente, e não apenas pelas suas competências artísticas. </div><div><br /></div><div>Ao longo da sua carreira de 50 anos, cantou com muitos dos maiores músicos de R&B - <a href="https://www.youtube.com/watch?v=9wyuwJP-u9Q">Mick Jagger</a>, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=_6igcfvq2BQ">Bryan Adams</a>, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=kXhhQNJEBXQ">Eric Clapton</a>, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=Of1HV4b0ccg">David Bowie</a>, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=ko7qunEkmzE">Eros Ramazzotti</a>, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=KVGLfE0krc8">Elton John e Cher</a>, entre tantos outros. Esteve inúmeras vezes no Top One de vendas dos EUA e da Europa, vendeu mais de 20 milhões de discos de quase todos os grandes temas que compôs, fez incontáveis tournés e ganhou todos os prémios que havia para ganhar, várias vezes.</div><div><br /></div><div>É respeitada pelos seus pares do agreste mundo do showbizz (para ser simpática), e admirada fora dele pela sua enorme coragem, resiliência e combatividade perante os incontáveis momentos de sofrimento físico e moral que marcaram a sua vida, desde criança até aos dias de hoje.</div><div><br /></div><div>Tina, a "mulher furacão", nunca se rendeu! </div><div><br /></div><div>No que me toca, há uma palavra que a define: <b><a href="Happy 82nd Birthday Tina Turner (2021)">Superação</a></b>. </div><div>Continuo a ouvir com imenso prazer a sua voz inconfundível em inúmeras canções que compôs e que foram <a href="https://www.youtube.com/watch?v=yIYiKR1LEuU">super êxitos</a>. Surpreende-me, sempre, vê-la nas actuações ao vivo, exuberante, plena de energia contagiante, sempre a dançar, aguentando até ao fim, com mais de 70 anos, espectáculos de quase duas horas.</div></span><span style="font-family: verdana;"><div><br /></div><div>Teve uma vida extraordinária em todos os sentidos e uma capacidade de se reinventar difícil de igualar. </div><div><br /></div><div>Despois de ter visto estrear um <a href="Tina - The Tina Turner Musical Trailer"><a href="https://newinsetubal.nit.pt/cultura/a-incrivel-vida-de-tina-turner-esta-toda-neste-documentario-da-hbo/">espectáculo na Broadway</a></a> sobre a sua vida em 2019, despediu-se do público este ano, <a href="https://newinsetubal.nit.pt/cultura/a-incrivel-vida-de-tina-turner-esta-toda-neste-documentario-da-hbo/">através do documentário que gravou para a HBO</a> - Tina - lançado em Março deste ano. </div></span><span style="font-family: verdana;"><div><br /></div><div>"I'm a girl from a cotton field that pulled myself above the destruction and the mistakes...".</div><div> <a href="https://www.youtube.com/watch?v=Lw6nA6t9c8E">/a><span style="font-size: x-small;"> </span></div></span></div><div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><p><br /></p>Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-84487454601829222532021-05-21T11:27:00.014-07:002022-11-01T10:37:04.107-07:00Efémera quimera<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/4E4-9yKTv_I" width="320" youtube-src-id="4E4-9yKTv_I"></iframe></div><span style="font-family: verdana; font-size: x-small;"><div style="text-align: center;">"Broken people get recycled"</div></span><p><br /></p><span style="font-family: verdana;">Meu anti-heroí, ler-te doí-me,<br />a dor da felicidade por te ter, sem o saber, tão próximo, tão longe.</span><div><span style="font-family: verdana;"><br />Pasmo pela tua sageza, pela tua incerteza,<br />correm-me as lágrimas pelo teu quinhão de desalento,<br />quantas vezes foi meu, sempre presente, sempre nefasto, bem mais gasto pelo tempo.<br /><br />Ver-te assim, desnudado, transparente, expondo esse teu coração ansioso em grito pungente,<br />clamando pela esperança que acredito, virá.<br />Descobrir-te.<br />Tão jovem, com tanto mundo nos ombros.</span><div><span style="font-family: verdana;"><br />Caminhas sobre passos teus, que foram, são, ainda meus e de outros que já cá não andam.<br />Passos, que se repetem, gastam, partem, permanecem, regressam num eterno e circular retorno.<br />Tu, nós, eles, todos no mesmo grito,<br />o da vida, promessa que se anuncia, nasce, cresce, se afirma, avança, esfuma, fenece e renasce.<br /><br />Sonha sempre, atreve-te, acredita, </span><div><span style="font-family: verdana;">por efémera que te pareça a quimera.<br /><br />És!<br />Humilde, mas bem maior do que pensas.<br />Gravaste, singela, a tua pegada no <i><a href="https://www.wook.pt/livro/cito-longe-tarde-francisco-geraldes/24558900">hall of fame</a></i>, </span></div><div><span style="font-family: verdana;">prolongando Seres para além do tempo presente,<br />sabendo que existes,<br />sempre<br />só<br />apenas </span></div><div><span style="font-family: verdana;">enquanto alguém ainda disser o teu nome.<br /><br /><b>Francisco!</b></span></div><div><span style="font-family: verdana;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: verdana;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: verdana;"><b><br /></b></span><span style="font-family: verdana;"><b></b></span><div><br /></div><p>* <span style="font-size: xx-small;"><a href="https://comunidadeculturaearte.com/entrevista-francisco-geraldes-o-futebol-e-um-jogo-de-resultados-mas-e-tambem-para-formar-pessoas/">Há um jovem </a>que muito me inspira e por quem sinto uma enorme admiração e orgulho, por tudo o que tem conquistado com tanta abnegação, espírito de sacrifício e resiliência. Tenho a enorme sorte e o prazer de fazer parte da sua vida. </span></p></div></div></div>Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-87542865541496869342021-03-13T15:51:00.049-08:002023-05-25T11:05:09.788-07:00Se amanhã eu não estiver cá…<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEq-3xWj1ekwT8aBF6VYPy5rxY-jcVDkVhnqdoB5HLBvRPO2UnjKvWYpNmeEMwJg7fsql_mPq1j2DjP0W8dwoyej2vo7rlvo9wlGRAaQ2SFKW1Mwqe9h8moYOzR89O_L7KVccFur_Y_mQ/s553/Dia_M%25C3%25A3e.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="316" data-original-width="553" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEq-3xWj1ekwT8aBF6VYPy5rxY-jcVDkVhnqdoB5HLBvRPO2UnjKvWYpNmeEMwJg7fsql_mPq1j2DjP0W8dwoyej2vo7rlvo9wlGRAaQ2SFKW1Mwqe9h8moYOzR89O_L7KVccFur_Y_mQ/s320/Dia_M%25C3%25A3e.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"> <span color="var(--ytd-video-primary-info-renderer-title-color, var(--yt-spec-text-primary))" face="Roboto, Arial, sans-serif" style="background-color: #f9f9f9; font-size: small; text-align: center;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=7IRIP-hSfJ0">I Will Be There</a></span></span></div><p></p><p> </p><h2 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; line-height: var(--yt-navbar-title-line-height, 2.4rem); margin: 0px; max-height: calc(2 * var(--yt-navbar-title-line-height, 2.4rem)); overflow: hidden; padding: 0px; text-align: left; text-shadow: var(--ytd-video-primary-info-renderer-title-text-shadow, none); transform: var(--ytd-video-primary-info-renderer-title-transform, none);"><span style="background-color: transparent; font-family: verdana;"> </span></h2><h2 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; line-height: var(--yt-navbar-title-line-height, 2.4rem); margin: 0px; max-height: calc(2 * var(--yt-navbar-title-line-height, 2.4rem)); overflow: hidden; padding: 0px; text-align: left; text-shadow: var(--ytd-video-primary-info-renderer-title-text-shadow, none); transform: var(--ytd-video-primary-info-renderer-title-transform, none);"><span style="color: #666666; font-family: verdana; font-size: medium;">Se amanhã eu não estiver cá…</span></h2><div><span style="font-family: verdana; font-size: x-small;"><br /></span></div><div><span style="color: #444444; font-family: verdana;"><div>"Há dias em que não me é fácil saber que não chego para as encomendas, em que me questiono ser a mãe que precisas, em que fico com os nervos em franja e não tenho a calma suficiente para falar contigo, e fazer-te entender que apenas quero o melhor para ti. Que o teu bem é a minha maior felicidade e o motivo pelo qual eu vivo.</div><div><br /></div><div>Às vezes, olho para ti e perco-me em pensamentos de como será que vês o mundo, e como encaixarás nele ao longo da tua vida. Não consigo evitar pensar na minha mãe, que me conhecia tão bem e que pressentia o tipo de mãe que um dia eu seria. Também ela, certamente, pensou vezes sem conta no meu futuro e no dos meus irmãos, principalmente quando soube que não iria estar aqui para nos acompanhar e fazer parte dele.</div><div><br /></div><div>Filha, se amanhã eu não estiver, não quero saber se dobras o pijama ou se andas descalça no chão frio! Quero apenas saber que escolhes o caminho do bem, que respeitas as escolhas dos outros e não deixas que desrespeitem as tuas. Aceita as partidas da vida como experiências que te enriquecem, e ainda que chores, não te prendas a elas.</div><div><br /></div><div>Voa o mais alto que possas lá fora mas, acima de tudo, voa dentro de ti. </div><div>Encontra o silêncio da respiração e aprende a estar sozinha, porque é aí que a maior parte das respostas residem. Em ti.</div><div><br /></div><div>Não optes pelo fácil só porque é fácil. Aquilo que fizeres, faz com dedicação e com amor, e ainda que por vezes pareça o contrário, a recompensa virá.</div><div><br /></div><div>Ajuda quem podes e não fiques à espera que te ajudem, mas também não recuses a ajuda quando ela chegar. Fica atenta, porque há sempre alguém por perto merecedor do teu amor mas, também há quem não o mereça de todo. Aprende a distingui-los e não desperdices a tua energia.</div><div><br /></div><div>A vida pode não ser nada daquilo que esperas dela, mas será sempre essa tua coragem, determinação e sentido de humor que te farão única, e que servirão de ferramentas para te adaptares áquilo que virá.</div><div><br /></div><div>Filha, se amanhã eu não estiver cá para te dar a mão quando a vida apertar, lembra-te que ela é como o mar, com ondas intercaladas, ora de alegria ora de revolta. Por isso, nas ondas pesadas, respira fundo, mergulha e deixa-as passar.</div><div>Quando vieres à superfície, já tudo estará mais calmo!"</div></span></div><div><span style="color: #444444; font-family: verdana; font-size: x-small;"><br /></span></div><div><span style="color: #444444; font-family: verdana; font-size: x-small;"><br /></span></div><div><span style="color: #444444;"><br /></span></div><div><span style="color: #444444;"><br /></span></div><div><span style="color: #444444; font-family: verdana; font-size: x-small;"><br /></span></div><div><span style="color: #444444; font-family: verdana; font-size: x-small;">* Encontrei este texto que não vinha assinado. Penso que se trata de uma tradução, a que tive que fazer uma revisão e nalguns pontos fiz algumas pequenas alterações. Mas a base é a original. No meu entender, poderia ter sido escrito por qualquer Mãe, de qualquer país, em qualquer língua, porque, na essência, a mensagem que transmite é universal: o amor incondicional de uma Mãe por uma filha ou um filho. Dedico-o à minha filha.</span></div>Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-26444184036193960532014-05-09T16:09:00.028-07:002021-01-31T18:33:50.260-08:00Filhos de um Deus Maior!<span style="background-color: magenta; color: #a64d79; font-family: Verdana; font-size: x-small;"><u></u></span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNgglFaO_rrFfi8lyiLXLoWN_2f_2zscaZPiVBvvIvK8dPUbs1vcenLmT7vSEo3MaxQxRB909O4zsdZkObDU1e5e0Eo-G2HIHD5DaAlW1DB9cVbf5mK6q9RevizFoaFOZqPaTi2xspMFo/s1600/Mother.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNgglFaO_rrFfi8lyiLXLoWN_2f_2zscaZPiVBvvIvK8dPUbs1vcenLmT7vSEo3MaxQxRB909O4zsdZkObDU1e5e0Eo-G2HIHD5DaAlW1DB9cVbf5mK6q9RevizFoaFOZqPaTi2xspMFo/s1600/Mother.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span face="Verdana, sans-serif" style="font-size: xx-small;">Unknown from Facebook</span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">É hoje o <strong><a href="https://www.youtube.com/watch?v=n_yRvxy9HVs">Dia da Mãe</a></strong>!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">Uma festa para muitas!
Pela presença, pela crença, pela alegria e alento, pela esperança.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">Uma dor para outras! Pela
ausência e saudade imensa, pela descrença, pela desesperança, pelo abandono e
pela indiferença, por tantas razões de desalento!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">Ter filhos, fazer filhos
parece simples e corriqueiro: uma mulher e um homem unidos por um acto sexual,
no momento certo de uma ovulação. E, já está! Será assim tão simples e tão
corriqueiro? Então porque há quem não os tenha, por mais que tente? E porque há
quem os tenha, por mais que não queira, e outras há que deles se desfazem, em
gestos (só) aparentemente ligeiros, desapegados e inconsequentes?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">Nascer, e Morrer são os
momentos mais íntimos e solitários de um ser humano. Nascemos por vontade
alheia e Morreremos, SEMPRE, contra a nossa vontade, todos unidos por este
destino comum – até ver!<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mas Dar Vida é
o ÚNICO ACTO EM QUE PODEMOS INTERCEDER OU NÃO e É PARA SEMPRE! IRREVOGAVEL!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">Ao contrário de todas as
outras espécies, desse acto, seja por acaso ou fruto de uma vontade explícita, temos
consciência e, se não dele, das suas consequências. Dar vida é o nosso mais puro
acto de egoísmo, seja qual for a justificação - impelidos pelos insondáveis
desígnios da continuação da espécie, que nos estão gravados no ADN, pela vontade
inconformada de prolongarmos o ser, de deixarmos aos vindouros a nossa marca e o testemunho de que por aqui passámos ou ainda, por amor ao parceiro.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">E porém, ter um filho ou
filhos é, são, mais do que genes que se fundem, dividem e multiplicam, ADN que
se partilha e repercute! Filhos, são, TÊM QUE SER, fruto de mais do que uma simples
“queca” que se dá e pronto, venha o que vier desde que saudável! E se não o
for? </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">Filhos são, serão sempre, filhos!
Saudáveis ou não, com 10 dedos certos nos pés e nas mãos, com Sindroma disto ou
daquilo, génios hiperactivos, calmos, passivos, deprimidos, violentos, drogados
ou, até felizes. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">Quando olhamos para eles,
recém-nascidos ou ao longo dos primeiros anos de vida, seres totalmente
dependentes de nós, é impossível não realizarmos que são matéria plástica, que podemos
moldá-los e condicioná-los a nosso belo prazer. Um filho pode ser muito do que fizermos
e do que quisermos - salvo as excepções de doenças graves, congénitas ou
adquiridas que não controlamos. Amamo-lo ou não, educamo-lo ou não mas, fruto
destas variáveis, INFLUENCIAMO-LO em cada dia, paulatinamente, de forma
indelével e duradoura. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">Se projectarmos o seu
futuro, ele será sempre, não no todo, mas em grande parte, fruto da nossa
influência ou da nossa ausência, da tolerância ou da intransigência, do
aconchego ou do abandono, do nosso amor ou desamor. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">Mas para uma Mãe, para a
maioria das Mães, um filho, seja único ou sejam vários, é sempre um filho ÚNICO,
IRREPLICÁVEL, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>INSUBSTITUÍVEL!
Percebê-mo-lo? Se Somos ou Fomos Mães, percebemos. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">A vida de uma Mulher é uma
até ao dia em que é Mãe. A partir daí quase tudo muda: a vida passa a ser
vista, planeada, sentida e pressentida, em suma, vivida de forma diversa. Tudo
se transforma. Até ao fim dos seus dias, o filho condicionará o seu
comportamento, as suas sensibilidades, as suas alegrias e preocupações, desejos, temores e esperanças. Nunca a sua vida voltará a ser, aos seus olhos, à flor
da pele ou no seu intimo, igual ao antes daquela vida existir. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">Tenha a idade que tiver,
constitua família ou não, emigre para o extremo oposto do planeta, UM FILHO
SERÁ SEMPRE UM FILHO. Umas lidarão melhor do que outras com a progressão do
tempo, com a aceitação do crescimento, com a noção de posse e a reaprendizagem
do desapego, com a liberdade e com a necessidade de libertação progressiva, com
a responsabilidade e o medo da perda, com a crescente capacidade de partilha com
terceiros... OU NÃO, arcando e sofrendo com as consequências dessas variáveis e
dessas escolhas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">Mais do que ser Mãe,
<a href="http://www.youtube.com/watch?v=5hn9Tt6coQs" rel="nofollow"><span style="color: magenta;"><strong>SENTIR-SE MÃE</strong></span></a> é algo visceral, latente e permanente. Manifeste-se cedo, ou mais
tarde, seja-se nova e imatura, adulta e independente, madura e experiente, o
elo é quase sempre para a vida, indizível.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">SER Mãe é transcendência, e
NÃO O SER, É AUSÊNCIA! SER MÃE PARECE BANAL, condição de SER NORMAL, porque faz
parte de SER MULHER! E porém, há mulheres que não se sentem mães; e há Mães que
se esqueceram de serem mulheres; e há MULHERES que por mais que o
queiram, por mais que o tentem, não foram mães; outras há, que não geraram vida dentro dos
seus corpos, mas SÃO MÃES DE CORAÇÃO!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">Pelo que sou hoje, por
tantas outras Mulheres que conheço, e mesmo pelas que desconheço mas que
pressinto, vislumbro ou apenas imagino, sei, dentro de mim, que SER MÃE É O
<strong>SUPREMO ACTO DE CRIAÇÃO</strong>!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">Por tudo isto, quando uma Mulher
perde um filho, mesmo que tenha outros, aquela perda é irrevogável,
insubstituível, irreparável, arrasadora.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">Hoje não tenho dúvidas: um
filho é uma ABSOLUTA DÁDIVA! Um filho é esse ser que gerámos ou criámos, que nos
transcende e que nos supera, que supostamente nos resistirá e nos prolongará. E
seja ela/ele quem for, se existe um Deus, qualquer filho natural ou adoptado, é,
será sempre, FILHO DE UM DEUS MAIOR!</span></div>
Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-1200909769183461992014-04-09T16:54:00.003-07:002014-05-09T08:28:11.297-07:00"Nunca te distraias da vida!"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/q8Edz95Kf74?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt; text-align: justify;"></span> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt; text-align: justify;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt; text-align: justify;">Há
poucos dias partiu desta vida, aos 50 anos, um homem que foi capaz de tocar fundo em muita
gente. Era percepcionado das formas mais diversas: arrogante, agressivo, vaidoso, antipático OU fantástico, sedutor, brilhante, magnético! </span><span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px; text-align: justify;">Controverso, irreverente, A</span><span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt; text-align: justify;">mado e Odiado em simultâneo!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #535353; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><br /></span></span></div>
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #535353; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">Era difícil, para quase toda a gente que com ele contactou, ficar
indiferente ao magnetismo do seu olhar, ao sorriso matreiro, ao sentido
positivo que emitia, fosse pelas palavras ou pela postura. Muitos ficavam
fascinados, outros idolatravam-no, seguiam-lhe o percurso de vida, alguns tornaram-se seus amigos; outros ainda odiaram-no, denegriram-no, chegaram a ameaça-lo! Nada
que ele não aprendesse a lidar rapidamente. </span></span><br />
<strong style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;"><br /></strong>
<strong style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;">MAIOR DO QUE A VIDA! </strong><br />
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;"><br /></span>
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;">Manuel
Forjaz era isto tudo e muito mais! </span><span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;">Não
o conheci pessoalmente mas tive a sorte de assistir, há uns anos, a uma das suas conferências sobre “<a href="http://www.youtube.com/watch?v=vuAEIkIGxcg" rel="nofollow"><span style="color: magenta;">Empreendedorismo</span></a><span style="color: magenta;">”.</span> Bebi-lhe as palavras, não tanto por ser um orador
fantástico, mas pela pertinência dos argumentos e pela convicção com que
transmitia a mensagem. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;"><br /></span>
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;">Percebi-o então como dono </span><span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;">de uma personalidade fortíssima,
senhor de uma vontade férrea e com uma natureza dominadora da qual emanava uma
luz intensa, de tal forma a sua presença na sala ofuscava a de todos
os outros. </span><span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;">Presciente, inteligente, voluntarioso, teimoso, energético, dinâmico e extremamente criativo, era daqueles que fazia as coisas acontecerem,
empurrava o mundo com a força da sua vontade e mudava-o, porque ousava o impensável.
Lutou sem descanso por aquilo em que acreditou, e tinha a desarmante capacidade
de transformar a adversidade em oportunidades. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;"><br /></strong>
<strong style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;">UM LÍDER! </strong><br />
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;"><br /></span>
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;">Manuel Forjaz era sem dúvida um líder carismático, detentor
de uma inata capacidade de convencimento e de sedução. Consciente disso mesmo, usava
a sua luz ofuscante para atrair os incautos que se deixavam
"enfeitiçar" pelo tremendo sex-appeal que emana desse perfume
inebriante que o poder de sedução confere.</span><br />
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;"><br /></span>
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;">Tudo nele parecia acontecer com facilidade, como que
por magia. E no entanto, tal como qualquer ser humano, também se enganava, também fez escolhas e opções erradas e
como consequência, arrastou outros que nele acreditavam para situações difíceis, e por ter falhado
nalguns pontos do percurso, prejudicou e magoou pessoas. Não o fazemos todos nós ao longo do percurso das nossas vidas? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=0GhF2wRax6k" rel="nofollow">O SENTIDO DA VIDA</a></b><br />
<span style="color: #535353; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #535353; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #535353; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #535353; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #535353; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><b><br /></b></span></span></span></span></span>
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 12px;">Pediu desculpa a muitos dos que magoou, tentou retratar-se e reparar o mal feito perante os que prejudicou, porque acreditava que <b>"O verdadeiro sentido da vida é sermos honestos connosco próprios e percebermos aquilo que nos faz felizes."</b></span></span><br />
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 12px;"><br /></span></span>
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 12px;">Acreditou na imensa criatividade do ser humano, em cada um de nós, e na capacidade de vencermos os escolhos, de irmos mais além. Era um Homem em constante questionamento e irritava-o sobremaneira a "mansidão" do aceitamento do óbvio, a normalização das vontades e dos sonhos, a submissão ao colectivo: "Se somos todos tão diversos porque queremos quase sempre as mesmas coisas, viajar, ser rico, ser poderoso, ter uma casa grande... porque não um curso de pintura no Louvre, ou conduzir um Ferrari, ir à lua, fazer um curso de costura na Dior, ou até ser taxista?" </span></span><br />
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px;"><br /></span>
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px;">Sermos felizes todos de maneira diferente, ter liberdade e ter alternativas, fazer escolhas, ter dúvidas e abandonar as certezas, sofrer e superar o sofrimento porque há que seguir em frente, deixar o emprego se pudermos e procurar outro que nos faça mais felizes... tudo como resultado de uma aprendizagem permanente. </span><br />
<b style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px;"><br /></b>
<b style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=0GhF2wRax6k" rel="nofollow">MENSAGENS DE ESPERANÇA</a> </b><br />
<br />
<span style="color: #535353;"><span style="font-family: Verdana;"><span style="font-size: 12px;">Viver é um estado de constante empreendimento, de procura da felicidade, de questionamento das certezas, um fazer e desfazer permanente; são momentos de profunda dor e de angustia, de luta, de esforço e de coragem, mas temos que acreditar na nossa capacidade de superação e que se hoje tropeçamos e caímos, amanhã seremos capazes de nos recuperarmos e de vencer, e acreditar que o dia de amanhã será melhor, muito melhor. Há que viver intensamente, captar a máxima energia de cada momento porque tudo é transitório, efémero, relativo e sem retorno. Por isso, A VIDA ESTÁ AÍ PARA SER VIVIDA, PLENAMENTE! </span></span></span><br />
<br />
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px;"><strong>A RETER </strong></span><br />
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px;"></span><br />
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px;"><span style="color: #535353;"><span style="font-family: Verdana;"><span style="font-size: 12px;">Não deixo que a doença me mate os dias! Posso morrer de cancro, mas o cancro não me vai matar! </span></span></span><span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px;"><br /></span><br />
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px;"></span><span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px;">Aproveitem bem a vida, não se queixem porque todo o sofrimento é relativo e a VIDA ESTÁ AÍ PARA SER VIVIDA! </span><br />
<br />
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px;">O que quero fazer no tempo que tenho pela frente? Amar a minha família, estar com os meus amigos, estar com Deus, rir mais, fazer menos, aprofundar a transcendência, curtir o sol e este País fantástico, porque a VIDA É UMA DÁDIVA DIVINA E NÃO A PODEMOS DESPERDIÇAR NEM NOS DISTRAIRMOS DELA.</span> </span><br />
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px;"></span><br />
<span style="color: #535353; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px;">Obrigada Manuel Forjaz!</span><br />
<span style="color: #535353; font-family: Verdana;"></span>https://www.youtube.com/watch?v=JbtXNMGRyF4https://www.youtube.com/watch?v=JbtXNMGRyF4http://www.youtube.com/watch?v=JbtXNMGRyF4&feature=player_detailpage<a href="http://www.youtube.com/watch?v=JbtXNMGRyF4&feature=player_detailpage" rel="nofollow">http://www.youtube.com/watch?v=JbtXNMGRyF4&feature=player_detailpage</a></div>
Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-7711552073185535892014-03-17T20:15:00.000-07:002014-03-19T07:33:37.309-07:00There is magic in the air!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/PSZxmZmBfnU?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;">Judy Garland - Over the rainbow</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"></span> </div>
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444; font-size: small;">Nunca vos aconteceu, ao observarem determinadas pessoas, perceberem que elas emitem uma certa luz e que esta está impregnada por uma côr ou por um tom específico e predominante?</span></span></span></div>
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444; font-size: small;"></span></span></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: small;"><span style="color: #444444;">Não? Então explico melhor esta ideia. V<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: small;">ivo, tal como quase toda a gente, rodeada por várias pessoas que no meu quotidiano desempenham diferentes papeis, e que de alguma forma contribuem, em maior ou em menor grau, para o meu <strong>equilíbrio e bem estar</strong>. Porém, algumas há que têm o condão especial de nos marcar, de nos influenciar, e até de nos mudar, de uma forma que muitas vezes só é percebida à posteriori. </span></span></span></span></span></span></div>
<span style="color: #444444;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: small;"><span style="color: #444444;">Quando penso nelas, percebo que não importa tanto assim a duração do relacionamento estabelecido, mas sobretudo a intensidade do mesmo. E<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: small;">ssas pessoas que deixam ou deixaram uma marca indelével na minha vida, são lidas através dessa côr predominante por mim percebida.</span></span></span></span></span></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444; font-size: small;"></span></span></span></span></span></span></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444; font-size: small;">Óbviamente esta minha avaliação é uma leitura subjectiva do outro, e a intenção não é qualificá-las como melhores ou piores umas em relacção às outras. A descodificação do outro pela côr só me ajuda, no fundo, a perceber-me melhor.</span></span></span></span></span></span></span></div>
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444; font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444;"><span style="font-size: small;"></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444; font-size: small;"><strong><a href="http://confrariadapoesiainformal.blogspot.pt/2012/01/o-verbo-rua-e-lua.html">A magia do pássaro beija-flôr</a></strong></span></span></span></span></span></span></span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444; font-size: small;">Há pessoas raras, <strong>pessoas que emitem uma</strong> <strong>luz dourada</strong>, quase mágica. Envolve-as uma ligeira poalha que se espalha por quem com elas contacta, atraindo-as, enfeitiçando-as, marcando-as, num minuto apenas ou para sempre.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444; font-size: small;"></span></span></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: small;"><span style="color: #444444;">Tenho a rara sorte - estou convicta - de conhecer dois desses belíssimos seres, tão diversos entre si, e porém, tão semelhantes. Com um deles convivi intensamente numa relação de amor eterno, muito desacordo, alguma revolta e muita partilha. Com o segundo convivo menos frequentemente, numa relação mais solta e galhofeira mas desde o início lhe pressenti essa força interior, única e exclusiva e reconheci-lhe as <strong>propriedades da magia</strong> de um <strong>beija-flôr.</strong></span></span></span></span></div>
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: small;"></span></span></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444; font-size: small;">Estranhamente ou talvez não (?) são ambos seres do sexo feminino mas mais do que isso, são intrinseca e verdadeiramente mulheres: sensíveis e inteligentes, ora festivas e travessas como crianças sem tino; ora ponderadas e responsaveis, como adultas convictas das suas escolhas; ora frágeis, angustiadas e depressivas, como adolescentes à procura do seu caminho; ora firmes e poderosas, porque Mães, que se afirmam como rochas inamovíveis perante filhos em crescimento turbulento; ora envolventes e sensuais, emanando o perfume quente da sua sexualidade subliminar, amantes fieis daqueles que elegeram como príncipes únicos e (con)sortes, por partilharem das suas vidas.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444; font-size: small;">São contraditórias só na aparência porque consistentemente coerentes nos actos que praticam, e se por vezes são algo excessivas na defesa das suas convicções, não perdem nem o Norte nem a face, e acalmam os calores da refrega com uma piada ou uma gargalhada. Têm um forte sentido de proteção da família e dos amigos mas têm horror ao <strong>protecionismo chatinho</strong>, ao <strong>abracinho queriduxo e ternurentuzinho</strong> e odeiam meninos abafadinhos e cheios de birrinhas. Saiam de perto se virem uma sobrancelha arqueada e um sorrisinho mordaz ao cantinho da boca! </span></span></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444; font-size: small;"></span></span></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444; font-size: small;">Surpreende-me sempre o seu sentido de justiça e o tentarem manter-se como fieis de balança, apaziguadoras, pacificadoras de ambientes turbulentos, tantas vezes calando fundo as suas dores em prol da paz comum. Desengane-se porém quem as tome por pacifistas ou dóceis, porque não o são. Não há falinhas mansas nem cantigas do "bandido" que as embalem facilmente, porque a esse, já o toparam há muito, com a ajuda de um verdadeiro radar ultrasensível: um sexto sentido premonitório, a raiar o dramático, quase perigoso... </span></span></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444; font-size: small;"></span></span></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444; font-size: small;">São companheiras divertidas, senhoras de um sentido de humor fino e apurado com quem é um prazer conviver. </span></span></span><span style="color: #444444;"><span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: small;">A</span></span></span><span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: small;">doram <strong>festas </strong>e sobretudo <strong>máscaras de</strong> <strong>carnaval,</strong> onde exercitam toda a sua criatividade e se travestem de personagens mirabolantes, recriando tiques alheios, capazes de darem fôlego a caricaturas muito diversas e o mais opostas de si próprias. No quotidiano, porém, são algo reservadas e odeiam dar nas vistas! Vá-se lá perceber estas alminhas!!!</span></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444; font-size: small;">Estes seres são, obviamente, imperfeitos, e conscientes disso, não aspiram a uma grama de santidade, pelo contrário, as criaturas não se levam muito a sério, porque a vida é tão curta! Têm um sentido de humor apurado, irreverente, desarmante, quase enervante, e no entanto, são seriíssímas quando assumem compromissos de alma e coração, e sem os apregoarem, levam-nos a cabo sem contemplações! </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: small;"></span></span></span><span style="color: #444444;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #444444; font-size: small;">Praticam o bem e exercem a sua generosidade de forma natural e sem alarde, junto de todos aqueles que elegem como protegidos - e são vários - sem esperarem por reconhecimento ou recompensa, apenas porque a sua consciência de seres humanos e de cristãs assim o dita.</span></span></span><br />
<br />
<span style="color: #444444; font-family: Verdana;">Não são vulgares estas duas "pestinhas", longe disso, antes absolutamente especiais, admiraveis, indispensaveis na minha vida. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #444444;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: Verdana;">A primeira delas deixou-me, como herança, a sua marca na alma e nos genes. Para sempre! Mais de quarenta anos passados e com tanto mundo revirado, o que guardo é o seu riso fresco e solto, gargalhadas contagiantes que ecoam vivas na memória da infância, tempo mágico e frágil que preservo íntegro, incólume, das agruras do tempo gasto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: Verdana;">A segunda dá-me o privilégio da AMIZADE e da CONFIANÇA! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: Verdana;">A ambas, deixo-lhes aqui o meu obrigada e um pedido:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: Verdana;">enfernizem-me a vida MAS POUCO!</span><br />
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: small;"></span></span></span> </div>
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"></span></span> </div>
Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-69912221804375841402014-03-02T14:07:00.000-08:002014-03-23T13:27:53.109-07:00Flashes de um país raro e cheio de "tesourinhos deprimentes".<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiJY1mUUuPDxQbrPBsAO2YSHOLl_xc0lx9XgWvEXQH33fLs4YrGiUpaaW0J1PiYrPfv83aPpj4K_esH8Zjz0O27jZ81vaIZYnOoMmJmTCxXGJjFKp8mXQKDQeJ9sYk5qq7uDTDlh59e9c/s1600/um+pais+raro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiJY1mUUuPDxQbrPBsAO2YSHOLl_xc0lx9XgWvEXQH33fLs4YrGiUpaaW0J1PiYrPfv83aPpj4K_esH8Zjz0O27jZ81vaIZYnOoMmJmTCxXGJjFKp8mXQKDQeJ9sYk5qq7uDTDlh59e9c/s1600/um+pais+raro.jpg" height="320" width="282" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div align="center">
<span style="color: #535353; font-size: 7.5pt; line-height: 115%;">FOTO:
</span><span style="font-size: 7.5pt; line-height: 115%; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Arial; mso-hansi-font-family: Calibri;"><a href="https://www.facebook.com/atreveteencadenadial">https://www.facebook.com/atreveteencadenadial</a></span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"Minha cara amiga, como tens passado? Querias notícias minhas e aqui vão.</span> <br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eu, João, <strong>profissional de marketing</strong> desempregado e actual dono de casa efectivo, deixo-te aqui o meu testemunho de participante numa experiência enriquecedora e inolvidável.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Há cerca de 15 dias iniciei um <strong>curso de formação</strong>, de caracter obrigatório, proporcionado pelo Centro de Emprego da região. Saí de casa pela fresquinha, sentindo na cara o friozinho cortante daquela manhã de inverno e fui apresentar-me no centro de formação.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Senti-me estranhamente satisfeito por sair de casa à hora a que tantos outros saem para o trabalho, tal como o fiz durante anos. A formação seria a partir dali o meu trabalho, e lá fui entusiasmado apresentar-me: 9 horas, sharp!</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Comigo estavam outros 18 convocados(as) com idades variadas, na casa dos 40/60, todos desempregados, tal como eu. Fomo-nos sentando ordeiramente e em silêncio numa sala disposta em U, e quais alunos atinados e obedientes no seu 1º dia de escola, espiávamos desconfiados os parceiros pelo canto do olho enquanto aguardávamos pelo formador.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A receber-nos estava um indivíduo vestido com uma bata branca imaculada, o que me confundiu inicialmente - homem do talho não podia ser, estava demasiado limpo, parecia mais o tipo da farmácia ou até o enfermeiro do Centro de Saúde.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ao fim de uns minutos e depois de distribuir impressos a cada um, apresentou-se como sendo o formador, que nos acompanharia ao longo de 150 horas, o equivalente a quase dois meses de aulas diárias, das 9h às 14h. De rajada, foi dizendo que o curso tinha como objectivo dotar os formandos de <strong>Competências Informáticas Básicas</strong> e que…</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">GELEI AGONIADO! Devia ter ouvido mal, só podia! Eu estava inscrito para um curso de <strong>Competências Informáticas Avançadas </strong>e<strong> produção de sites</strong>!!!</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><strong>O trabalho escraviza...</strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Em segundos estava instalado o granel, com todos a falarem ao mesmo tempo, num bruuuaaaa ensurdecedor que se agravou quando o enfermeiro, perdão, o formador, caiu na asneira de perguntar: "alguém aqui tem alguma objeção em participar neste curso?" No segundo seguinte o pessoal da pesada arranjou logo motivo para a balda, cada qual mais hilariante que o anterior.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eu, ainda mal refeito da surpresa, resisti a juntar-me ao coro de protestos, e civicamente abstive-me de qualquer comentário, mas pensei com os meus botões que ou o tipo era parvo de todo ou estava armado ao pingarelho.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Escusado será dizer que fiquei doutorado nos impedimentos de todos os outros, mas o mais interessante foi perceber que iria frequentar, sem apelo nem agravo, um curso para o qual não me inscrevi, e que o homem de bata branca, a quem os meus estimados colegas passaram a tratar por "setor", também não fazia ideia nenhuma porque raio estavam ali pessoas inscritas para um outro curso de formação?! "Amigos, isto é o que tem que ser, tanto para vocês como para mim e podem reclamar junto da entidade competente, mas aconselho-vos a não faltarem ao curso". E, como que para nos acalmar, SORRIU, um sorriso cândido e meigo, irresistível, que me comoveu profundamente!</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Explicou então que a balda só era possível com justificação plausível, atestada por entidades competentes e credenciadas, e assim, depois de acenar com a cenoura deu com o pau na tola dos espertos, o desmancha-prazeres!</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><strong>A formação liberta!</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mais divertido ainda foi observar que o grupo de formandos era composto por gente muito diversa, o que contribuiu para o enriquecimento sócio-cultural do conjunto: uns seis teriam formação média ou superior, outros tantos teriam a 4ª classe ou pouco mais, e os restantes mal sabiam ler e escrever, donde, conseguir que todos preenchessem uma simples folha com os dados pessoais, revelou-se uma tarefa árdua; havia também quem visse mal, como a minha companheira do lado que não imaginava que o seu cartão de cidadão contivesse dados diversos e não apenas o nº do BI, e que para além disso, de tão boazinha tinha emprestado a caneta ao vizinho do lado o que a impedia de preencher efectivamente o impresso, e numa voz maviosa, voltou-se para apelar à minha aparente generosidade: "já agora vizinho, preencha o meu impresso também, porque estou sem caneta, não percebo nada disto e vejo mal..."</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Querida amiga, lembrei-me tanto de ti, porque a veia do pescoço inchou, quente de enervamento, espanto e falta de paciência. Pensei "isto não me está a acontecer" e contendo a minha fúria disse-lhe: oiça, eu ajudo-a a preencher o impresso mas será melhor pedir de volta a sua caneta, e talvez pondo os óculos já consiga ler, certo?</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Claro<span sans-serif=""> </span>que a minha vizinha não me achou graça nenhuma e soltou, num suspiro profundo, a frase que mais me animou: "estamos aqui para sermos uns para os outros e eu não percebo nada disto mas já vi que o menino percebe!" PRONTOS, com esta arrumou comigo, porque a fulana devia ter quase a mesma idade que eu, mas achou que eu tinha ar de menino, e o meu ego exultou de felicidade.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><strong>Tudo boa gente.</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Escusado será dizer que obviamente havia vários indivíduos para quem a vida é madrasta, entre os quais um desgraçado que vive com 180 euros mensais de apoio social, 60 anos ou mais, coxo mas sem papas na língua, que tirou partido da verve e da lata de "pintas marialva" e monopolizou a cena de princípio ao fim, contando a sua história desde tenra infância até aos dias de hoje, sempre com apartes e sempre na 1ª pessoa - Eu isto, eu aquilo, e isto é uma grande porcaria. "Tou inscrito há canos e agora que não me dá jeitinho nenhum, chamam-me para aprender coisas que não me servem para nada. Sim, tenho portátel mas não funciona e vou trazê-lo para o setôr ver que raio o bicho tem..." </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Pérolas, verdadeiras pérolas!</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><strong>Os despojos do dia...</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Portanto, absorvo diariamente ensinamentos vários com o objectivo de me formar sobre uma matéria para a qual não tenho o mínimo interesse porque domino, e partilho com os meus colegas da vida airada experiências preciosas, que tal como eles, não percebo "para que raio me servem". Hilariante!</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No fim desta sessão de apresentação não pude evitar sentir-me um privilegiado em todos os aspectos. Faço parte de uma pequena elite de uns milhares, cujos pais nos deram a chance de irmos mais longe: estudámos, viajámos, trabalhámos em empresas e participámos em projectos que nos proporcionaram experiências diversas, alargando-nos os horizontes.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Senti que vivo num mundo aparte do qual a maioria deste país ficou à margem, foi excluída pela <strong>falácia da igualdade de oportunidades</strong> e pela ilusão do acesso fácil ao conforto e ao sucesso. A <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Quimera">quimera</a> terminou para quase todos, mas esta maioria da qual "sou vizinha" continuará a estar e a ser excluída, nas próximas décadas, do acesso a esse conforto, a esse sucesso e ao saber, a que têm tanto direito como os outros. A diferença é que, apesar do confronto diário com essa realidade abrupta, os seus protestos de nada lhes servem, tal como de pouco nos serve o curso de formação, inútil porque desajustado, mas que iremos concluir com sucesso e louvor, exibindo orgulhosos o respectivo certificado, que atestará, sobretudo, a nossa <strong>infinitamente estúpida capacidade de aceitação</strong> de tudo o que não nos interessa.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">À saída, eu, João, profissional de marketing desempregado, olhei à minha volta e engoli o enjôo: de nada me servira o saber e experiência acumulados porque era tão náufrago quanto os outros, e estava igualmente ávido de uma tábua de salvação a que me agarrar com unhas e dentes, na esperança de ainda poder safar-me e chegar a bom porto.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Fechei os olhos por segundos e imaginei-me noutro lugar, tentando esquecer a profunda tristeza que me invadira ao deparar-me com este "<span style="color: blue;"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=a_7SLkS_b4w"><strong>tesourinho deprimente</strong></a></span>", um pequenino retrato do pobre país que somos após <strong>40 anos de democracia</strong>, pelo qual TODOS SOMOS RESPONSAVEIS.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quanto ao curso, tenho ainda a esperança de poder aprender alguma coisa, seja o que for.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Haja saúde.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Até breve."</span></div>
Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-18433881807725374842013-12-07T17:59:00.235-08:002022-06-22T11:46:41.320-07:00Escrevo, logo existo!<span style="font-family: "verdana"; font-size: x-small;"></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK1DjDMhEyUoWp68Tv8Hd7DAtY9le2npJYtJJCxRsCY5kebmXIYdQjJ6B_Pcy-HSCRhMcN9QLsoQMX1fhm7LCeu6zCOA9v3nsrSAyM9eT1QhfmoaydjETkkCnHL9w48n_WVqapKBk-yI4/s1600/Cavalos_dreamride.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK1DjDMhEyUoWp68Tv8Hd7DAtY9le2npJYtJJCxRsCY5kebmXIYdQjJ6B_Pcy-HSCRhMcN9QLsoQMX1fhm7LCeu6zCOA9v3nsrSAyM9eT1QhfmoaydjETkkCnHL9w48n_WVqapKBk-yI4/s320/Cavalos_dreamride.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">
Escrever, é soltar as palavras, como quem solta cavalos selvagens que
partem num galope desenfreado por vales de liberdade.</span><o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;"></span><br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;"></span><br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: arial; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: #666666;"><span style="color: black; font-size: small;">
</span></span><span style="color: #666666;"><span style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt;">Escrevo</span></span><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt;"> desde
que me lembro, sem tema fixo nem hora marcada, palavras que se agitam diante
dos meus olhos, numa rebeldia mansa, que saltam de assunto em assunto, correm
desenfreadas levando tudo à frente, num crescendo que marca o tempo com o seu
ritmo descompassado. </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span style="color: #666666;"></span><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: #666666; font-family: arial; font-size: 10pt;">Em criança fiz das <span style="mso-bidi-font-weight: normal;">palavras</span>
os meus brinquedos favoritos, berlindes furta-cores que rolava entre os dedos com mestria, chocolates irresistíveis com que me lambuzava num vício sem pecado e apenas me engordavam o verbo. Na juventude li tudo o que pude e aprendi que as palavras têm cores e, que tal como as cerejas,
dão sabor à vida. Devorava-as num prazer guloso, umas atrás das outras, sem parar, vermelhas, redondas, lustrosas, intensas, ora doces, ora amargas, às
vezes enjoativas, mas nunca indiferentes! </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span style="color: #666666;"></span><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: #666666; font-family: arial; font-size: 10pt;">Como adulta destaco a escrita como algo que me define, parte intrínseca da minha natureza.
<strong>Sou o que escrevo enquanto pessoa, e escrevo quem sou enquanto parte da Humanidade</strong>, porque me descubro, me reinvento e me
transformo através desta dualidade, só na aparência contraditória. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span style="color: #666666;"></span><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="color: #666666; font-size: 10pt;">Saber <span style="mso-bidi-font-weight: normal;">escrever</span> tem sido
a minha meta, a “última dimensão” a alcançar. Escrever bem é dominar as palavras com à
vontade, é fazer delas o
que quero, ferramentas de bricolage com que construo cenários de fantasia, é calçar sapatinhos de bailarina que rodopiam em
pontas, ao ritmo incessante do </span><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="color: #666666; font-size: 10pt;"><b><a href="https://www.dailymotion.com/video/xgoe7r">Bolero de Ravel</a></b></span><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="color: #666666; font-size: 10pt;">, são pincéis, com que registo em
tons <i>fauve</i> impressões de vida, pintando quadros vibrantes onde
reencontro <b><a href="https://www.ebiografia.com/van_gogh/">Van Gogh</a></b> e <b><a href="https://www.ebiografia.com/paul_gauguin/">Gauguin</a></b>, em amena conversa no </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Terra%C3%A7o_do_Caf%C3%A9_em_Arles_%C3%A0_Noite"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="color: magenta; font-size: 10pt;"><strong>Terraço do Café à
Noite</strong></span></a><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="color: #666666; font-size: 10pt;">. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span style="color: #666666;"></span><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: #666666;"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt;"><strong>Ser o que escrevo</strong> é soltar a avalanche de palavras que me arrebatam o fôlego, como quem solta cavalos selvagens, presos em cercas, que anseiam
por partir num galope desenfreado por vales de liberdade. É</span><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt;"> partir sem destino<strong> </strong>marcado<strong>, </strong>num<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> </b>eterno<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> </b>desejo de <span style="mso-bidi-font-weight: normal;">evasão</span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">,</b> em busca de novas emoções, novos horizontes e novas <span style="mso-bidi-font-weight: normal;">palavras.</span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> </b>É encontrar-me com heróis de ficção com quem partilho aventuras fantásticas, como o </span></span><a href="http://static.publico.pt/sites/cortomaltese/livros/v1_avent06/livro11_PSamarcandanews.html"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="color: magenta; font-size: 10pt;"><strong>Marinheiro de Malta</strong></span></a><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="color: #666666; font-size: 10pt;">, com
quem dou de caras em Veneza, segui-lo até à Sibéria e ao mar da China, e deixá-lo, finalmente, em Antígua, levando apenas na bagagem as memórias preciosas de </span><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt;"><span style="color: #2b00fe;"><b>A </b></span><b style="color: #666666;"><a href="http://universohq.com/reviews/corto-maltese-a-balada-do-mar-salgado/">Balada do Mar Salgado</a>. </b><span style="color: #666666;">Até novo encontro, desta vez com Santiago, o pescador </span></span><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="color: #666666; font-size: 10pt;">cubano canceroso de <b><a href="https://www.youtube.com/watch?v=qx-3VYKvDUA">O Velho e o Mar</a></b>, que me apresenta <b><a href="https://www.dw.com/pt-br/1961-morre-o-escritor-ernest-hemingway/a-585636">Hemingway</a></b> e
Martha, que me arrastam para novas aventuras pelo mar das Caraíbas, a bordo do
iate Pilar. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="color: #666666; font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: #666666;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt;">Escrever</span></b><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt;"> <strong>quem
sou</strong>, é outra coisa! É olhar para o Ser Humano e ter o poder de mostrar, por palavras, tudo aquilo de que este é capaz, para o bem e para o mal. É poder mudar a vida do sem abrigo, estendo-lhe a mão e, provocar, de seguida, o <b><a href="https://www.youtube.com/watch?v=bbl5T6rFbh4">desespero irreversível</a> </b>na adolescente violada por aquele em quem confiou; é confortar o desconsolo do amante que se
descobre traído, ver o riso de contentamento no jovem a quem dei o primeiro beijo, é dar abrigo a peregrinos esgotados pelo cansaço e, em simultâneo, liquidar o
meu opositor sem a mínima hesitação; é <b><a href="https://www.youtube.com/watch?v=3BKruKcWM8E">amar alguém perdidamente</a></b>, sem poder dizê-lo a toda a agente, é cobiçar o bem alheio sem remorso e, em contraponto, esfarrapar-me pelo bem-estar do meu amigo, vítima de doença terminal. É ser <a href="http://www.drawingsofleonardo.org/"><span style="color: magenta;"><strong>Leonardo</strong></span></a>, o génio da </span></span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Escrita_especular"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="color: magenta; font-size: 10pt;"><b>escrita especular</b></span></a><span style="color: #666666;"><span style="font-size: small;">, </span><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt;">que pôs
em perspectiva ideias mirabolantes, que mudaram a percepção do mundo, para sempre; é
</span><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="color: magenta; font-size: 10pt;"><a href="http://www.grimmstories.com/pt/grimm_contos/favorites"><b>criar duendes, fadas e bruxas</b></a></span><span style="font-size: small;">,</span><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt;"> pôr os animais a falar, num universo mágico de gente pequena, onde
o faz-de-conta é real; é pensar apenas nos meus interesses, virar o Norte
contra o Sul, pôr o mundo em guerra e resolver o assunto, carregando num botão, enquanto <span style="color: magenta;"><strong><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Projeto_Manhattan">sobrevôo Hiroxima</a>,</strong></span> sobre a luz ofuscante do clarão, provocado
pelo ínfimo eletrão. </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span style="color: #666666;"></span><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt;"><span style="color: #666666;"><strong>Escrever quem sou</strong> é ignorar o extremo sofrimento alheio em cada dia, e celebrar a paz com
palavras solenes, é criar a <b>Sociedade das</b> <b>Nações</b>, </span></span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Declara%C3%A7%C3%A3o_Universal_dos_Direitos_Humanos" target="_blank"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="color: magenta; font-size: 10pt;"><strong>proclamar, alto e bom som,</strong></span></a><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="color: #666666; font-size: 10pt;"> que <i>todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e
direitos</i>, ao mesmo tempo que estabeleço novas formas de escravatura; é desenvolver,
em simultâneo, a sociedade da abundância e do desperdício, é promover
campanhas gigantescas de solidariedade para os esquecidos da sorte, no deserto
africano, e em todos os desertos habitados deste mundo! É caminhar, como <strong>Bono</strong>, por</span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=7z_XGo8ZQ7U&list=RD7z_XGo8ZQ7U&start_radio=1&t=72"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="color: #666666; font-size: 10pt;"> <span style="color: magenta;"><strong>ruas sem nome</strong></span></span></a><span style="color: #666666;"><span style="font-size: small;">, </span><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt;">na eterna esperança de
encontrar o que procuro.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="color: #666666; font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt;"><span style="color: #666666;">Quem sou afinal? </span></span></span><br />
<span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt;"><span style="color: #666666;"><strong>Sou o que escrevo e escrevo quem sou,</strong> porque
entro na pele de todas as personagens que vivem nos lugares da minha imaginação,
estou em todas as paisagens nunca vistas deste mundo fantástico onde me movo, e de outros que
hei-de inventar, através das palavras que ainda quero descobrir.<o:p></o:p></span></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: #666666; font-family: arial;">
<span style="font-size: small;">
</span><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">Porque tenho alma de escritora!</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: #666666;"><span style="font-family: arial; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><br /></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: arial; font-size: xx-small;"><b>Foto retirada da página: </b></span></div>
<div style="text-align: left;">
<a href="https://www.facebook.com/photo.php?bid=526507967430070&set=a.526507637430103.1073741835.524856830928517&type=1&theater"><span style="font-family: arial; font-size: xx-small;">https://www.facebook.com/photo.php?bid=526507967430070&set=a.526507637430103.1073741835.524856830928517&type=1&theater</span></a></div>
Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-75378683639734578232013-11-01T07:49:00.095-07:002021-09-22T08:44:10.302-07:00Viagens - regresso às memórias do futuro.*<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhglSFMTpvQ0gXiUxgsNsL33DiwkwjICszsrkgw_cNXhICuy_wvGRLX2EDBuIFIKz2x_BCgwKoIsykb8mqYRaC07EuuW8Lrck2aMl6E3HKaaCR494ve1MhwQLvAR_wz4lEto4uJAuwoxgg/s1600/Viagens.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="234" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhglSFMTpvQ0gXiUxgsNsL33DiwkwjICszsrkgw_cNXhICuy_wvGRLX2EDBuIFIKz2x_BCgwKoIsykb8mqYRaC07EuuW8Lrck2aMl6E3HKaaCR494ve1MhwQLvAR_wz4lEto4uJAuwoxgg/s320/Viagens.jpg" width="320" /></a></div>
<div align="center">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"> <span face="Verdana, sans-serif" style="font-size: xx-small;">Na rotina dos outros, o lugar da nossa novidade.</span> </span><span face="Verdana, sans-serif" style="font-size: xx-small;">Times Square, Abril de 2011</span></div>
<div style="text-align: center;"><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"><strong>Férias</strong></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;"><strong>, <span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">viagens</span>, <span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">tempo livre</span></strong> para
partir. Simples, não é? Planear o <b>destino da</b> <span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"><strong>viagem</strong></span>,
</span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt;"><a href="https://www.google.com/travel/hotels/Nova%20Iorque/entity/CgsI5MyhnoKIv-7JARAB?g2lb=2502548%2C2503771%2C2503781%2C4258168%2C4270442%2C4306835%2C4317915%2C4371334%2C4401769%2C4419364%2C4515404%2C4524134%2C4545890%2C4596364%2C4597339%2C4603491%2C4605861%2C4617195%2C4632043%2C4270859%2C4284970%2C4291517&hl=pt-PT&gl=pt&ssta=1&ap=aAE&q=Amazing%20Hostels%20in%20New%20York&rp=EOTMoZ6CiL_uyQEQ9-qC-POBs-dYELn68_mjxOqD0QEQ5fu60cPE_IEDOAFAAEgCogEUTm92YSBJb3JxdWUsIE5ZLCBFVUHAAQPIAQA&ictx=1&ved=0CAAQ5JsGahcKEwj4v7u2ypLzAhUAAAAAHQAAAAAQAg&utm_campaign=sharing&utm_medium=link&utm_source=htls&ts=CAESABogCgIaABIaEhQKBwjlDxAJGBcSBwjlDxAJGBgYATICEAAqCwoFOgNFVVIaACgI" target=""><strong><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="color: blue;">reservar os hotéis</span></span></strong></a><span style="color: black;"> na
internet, reunir os <strong><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"><strong>guias turísticos</strong>,</span></strong>
os <strong><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">roteiros</span></strong> de <strong><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">passeios</span></strong>, de lojas, restaurantes e os </span><a href="https://www.nyc.com/broadway_tickets/mrs_doubtfire.1621111/"><span style="color: blue;">bilhetes </span><span style="color: blue;">de espetáculos </span></a><span style="color: black;">a "não perder", sem esquecer ainda as dicas da
Joana que esteve lá há 15 dias.</span></span><br />
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt;"><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;">Fazer
a contagem decrescente dos dias, na esperança febril de encurtar a distância
que nos separa da data da partida, consultar a metereologia e, finalmente,
fazer a mala, são, só por si, gestos plenos de um imenso gozo, o de vivermos
por antecipação as <strong><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">memórias</span></strong> de um
futuro ainda por cumprir, que iremos registar a cada passo, provas da marca da
nossa passagem por locais desconhecidos, habitados por gentes ainda sem rosto, com
quem haveremos de nos cruzar.</span><br />
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;">Eufóricos, ansiosos, expectantes, livramo-nos rapidamente e sem remorsos da velha pele que vestimos, conformados, ao longo do ano e, quais crisálidas em metamorfose
acelerada, assumimos confiantes a nova pele de viajantes, borboletas
airosas no momento do primeiro vôo. Leves que nem plumas ao vento, partimos,
deixando para trás as <span face=""Verdana","sans-serif"" style="mso-bidi-font-weight: bold;">rotinas</span> do nosso
quotidiano, gastas de tão usadas, em direcção a um outro ponto de chegada,
fazendo da <strong><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">rotina</span> </strong>de outros o lugar da
nossa novidade. Estranho não é? </span><br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;"><o:p><span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;">Afinal, <i><b><a href="https://www.vidadeturista.com/artigos/8-acoes-turismo-sustentavel.html">fazer turismo</a></b></i> envolve alguma complexidade. Queremos ter <span face=""Verdana","sans-serif"" style="mso-bidi-font-weight: bold;">experiências novas</span>, <a href="https://www.google.com/search?q=gimonde&tbm=isch&hl=pt-PT&rlz=1C1GCEU_pt-PTPT874PT874&sa=X&ved=0CCIQtI8BKAJqFwoTCKD68-DSkvMCFQAAAAAdAAAAABAv&biw=1349&bih=568#imgrc=ucxQLIzCKs1O7M"><b>descobrir o que é genuíno</b></a>. Na realidade, procuramos <b><a href="https://www.google.com/search?q=Imagens+de+rostos+numa+multid%C3%A3o&tbm=isch&ved=2ahUKEwiRrPqZ1JLzAhWSBhoKHdrOALkQ2-cCegQIABAA&oq=Imagens+de+rostos+numa+multid%C3%A3o&gs_lcp=CgNpbWcQA1DbywRY-vkEYMuABWgAcAB4AIABwgGIAf4ZkgEEMjkuN5gBAKABAaoBC2d3cy13aXotaW1nwAEB&sclient=img&ei=rStLYdGhOJKNaNqdg8gL&rlz=1C1GCEU_pt-PTPT874PT874#imgrc=RrgKhS7nXrQ9bM">o Outro, esse eterno desconhecido</a></b>, esse que é diferente de nós, mas em quem projetamos a nossa própria <strong><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">diferença</span></strong>, sempre na procura da <strong><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">semelhança</span></strong>.</span><br />
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;">Nada
de preocupante, porque o que importa mesmo é<b><a href="https://www.facebook.com/run2nowhere/photos/a.249870885058779/2061472117231971"> partir!</a></b> C</span><span style="font-size: 13.3333px;">heck-in online feito, </span><span style="font-size: 10pt;">a porta da rua fechada com
quatro voltas, não vá o diabo tecê-las, táxi para o aeroporto, dar uma espreitadela no Duty Free, engolir comida de plástico no avião, que já nem fingimos que é deliciosa,
porque no fundo, Roma vale a missa!</span></div><div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;">Check-out, planta da cidade, folhetos, horários de visitas de tudo e de mais alguma
coisa, de preferência sem guia, que não há paciência para o "follow
me"! Calças de ganga, ténis, máquina digital, um entra e sai frenético em <strong><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">museus</span></strong>, palácios e monumentos. Pausa para um café,
pantomimas de rua no <b><a href="https://www.google.com/search?q=quai+d%27orsay+mus%C3%A9e&rlz=1C1GCEU_pt-PTPT874PT874&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=ajcteZ-bobx4aM%252CUmMF9IzGYwi5WM%252C_&vet=1&usg=K_DVUgO5v0zSq6nEGtkJtNYNY5C1I%3D&sa=X&ved=2ahUKEwixgOiC15LzAhVPUxoKHVIqB14QuqIBegQIdhAD&biw=1366&bih=568&dpr=1#imgrc=t-4bOOsTIZ9nWM">Quai D'Orsay</a></b>, banhos de sol de inverno num banquinho
de uma <a href="https://www.facebook.com/photo/?fbid=2014070188734461&set=gm.766386504083430">praça perdida em Veneza</a>, horizontes sem fim em praias de areias douradas
e mares azul-turquesa, pistas de Ski e tanta neve...no deserto.</span><br />
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;">Compras,
recordações, fotografias. Muitas fotografias, porque é só isso que é tangível e possível de partilhar com a família, com os amigos, connosco próprios, quando estivermos de novo em
casa, e já só nos restar recordar as </span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-weight: bold;">emoções</span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;"> dessa </span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-weight: bold;">viagem. Seja ela qual for: d</span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;">o último verão nas Seychelles, a </span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=Ee0HbusYpuk" target=""><span style="color: blue;">Nova Iorque fora de horas</span></a><span style="color: black;">, ao vôo interminável para Bangkok, com o passageiro do lado que
ressonava alto e dava cotoveladas, uma carteira roubada em
Florença, o Fiat avariado no meio do Pantanal, o <b><a href="https://www.youtube.com/watch?v=yTzcaEpvQec">espetáculo musical do ano</a></b>,
perdido, em Berlim!</span></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt;"><span style="color: black;"></span></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt;"><span style="color: black;"></span></span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;">E
pronto, <strong><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">férias</span> </strong>terminadas, <strong><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">rotina</span></strong><i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>retomada, a que de repente, e por breves
instantes, até achamos graça. Lar doce lar! A</span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;">rrumadas as malas, acrescentamos, com carinho e nostalgia, à coleção já longa, a</span><span style="font-size: 13.3333px;">s últimas amostras de shampoos retiradas de casas de banho de hotéis, testemunhas em miniatura de "já aqui estive" e, s</span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;">ubitamente, reencontramos o nosso lugar
de sempre, </span><span style="font-size: 10pt;">e até parecemos contentes, até trocamos sorrisos cúmplices com o
vizinho que connosco se cruza na fila matinal do autocarro.</span></div><div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;">Mas
o fim das <strong><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">férias</span></strong><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> </b>e das <strong><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">viagens</span><span face=""Verdana","sans-serif""> </span></strong>é sempre um choque
difícil de absorver. Ainda mal refeitos de aterrarmos, de novo,
neste planeta que é a realidade quotidiana, enchemo-nos de coragem para
enfrentarmos este <i><a href="https://www.facebook.com/run2nowhere/photos/a.249870885058779/2061423773903472">rame-rame de casa-trabalho-casa</a></i> pelos próximos,
longos, infindáveis 365 dias que nos esperam, tentando convencermo-nos que
passarão depressa, ao ponto de, até o café requentado do bar da estação parecer
apetecível.</span><br />
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;">Depois, a caminho do </span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;">trabalho, damo-nos o
direito a nova e breve fuga, para outra </span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-weight: bold;">viagem</span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;">. Nada
de mais nostálgico e de mais delicioso que saborear, devagar e repetidamente, </span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-weight: bold;">memórias</span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;"> avulsas desses momentos</span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;"> </span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-weight: bold;">vividos</span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt;">, prolongando o gozo do
visionamento desse filme interior, do qual somos, a um tempo, realizadores e
actores, antecipando já momentos da próxima partida, que virá, sabe-se
lá quando, talvez no próximo verão.</span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span><br />
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "Trebuchet MS"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Memórias de </span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "Trebuchet MS"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">experiências únicas</span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "Trebuchet MS"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"> que adoçam o amargor que se instalará devagarinho, pouco a pouco, com o
passar dos dias cada vez mais curtos, mais frios e mais tristonhos, que
anunciarão mais um inverno, o do<b><a href="https://www.brainpickings.org/2012/03/12/john-steinbeck-six-tips-on-writing/"> nosso descontentamento.</a></b></span><br />
<span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
* <span style="font-size: x-small;">Texto levado ao concurso "2write", publicado a 20/10/2013.</span></div>
Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-58326826924397072192013-05-06T16:47:00.005-07:002021-10-01T07:21:36.624-07:00Uma estrela dourada brilha no firmamento<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigW0H8CExosZgRRhtxjdZimTlSQ1IJZMAEMEZ5esBSl95yhaknp6pmXgwB6FypP0WDMIGoYqw-5them8YH0BnMqmmIf6Yx5eBBH3ya9L2BSb5UEbp9-vphJSrwGsJHSgyn5I9uEYIcxuw/s1600/Mae_190157.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigW0H8CExosZgRRhtxjdZimTlSQ1IJZMAEMEZ5esBSl95yhaknp6pmXgwB6FypP0WDMIGoYqw-5them8YH0BnMqmmIf6Yx5eBBH3ya9L2BSb5UEbp9-vphJSrwGsJHSgyn5I9uEYIcxuw/s1600/Mae_190157.jpg" width="161" /></a></div>
<div align="center">
<span face="Verdana, sans-serif" style="font-size: xx-small; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">A minha Mãe, Mazy Sacramento Monteiro</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span face="Verdana, sans-serif">Desde miúda</span><span face="Verdana, sans-serif"> sempre</span><span face="Verdana, sans-serif"> me fascinou observar o céu nocturno e apreciar o brilho dos milhões de estrelas por cima de nós.</span> <span face="Verdana, sans-serif">Com o passar dos anos, esse gesto tornou-se quase compulsivo, sobretudo em sítios onde a luz artificial está ausente, permitindo que o espectáculo desses seres quase eternos se manifeste em toda a sua grandeza. </span><br />
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana;">Nos últimos 20 anos, porém, sair de casa para olhar o céu estrelado tornou-se, progressivamente, num ritual absolutamente interior e solitário. Num cantinho da Serra de Grândola, lugar rude e simples que aprendi a amar, afasto-me dos outros e procuro um sítio onde possa ficar a contemplá-las em sossego. </span><br />
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana;">Algures, lá em cima no firmamento, brilham estrelas a que chamo minhas, seres especiais que me amaram e que amei, que um dia partiram sem que jamais os possa esquecer. Os meus olhos vasculham assim a imensidão prateada e negra, fixando-se num pequeno conjunto de pontos brilhantes que tremulam como pequenos flashes, de onde sobressai uma, cujo brilho dourado se destaca das outras, ofuscando-as. Por uma fracção de segundo vejo um tremor ritmado, como que um piscar de olhos, e o meu coração aperta-se cá dentro, preso daquele ténue sinal de reconhecimento. Devolvo o piscar de olhos à minha estrela maior, e dedico-lhe o meu sorriso carinhoso.</span><br />
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana;">Em jovem, a minha estrela não era o que se pode dizer uma mulher bonita, mas estivesse onde estivesse, era impossível não dar pela sua presença. Conversadora nata, sabia estar com todos, adaptando na perfeição o tema da conversa aos ouvintes e à ocasião. Alegre, senhora de um sentido de humor subtil, adorava uma "piada picante" da qual se ria com gosto, e, muitas vezes, ria-se mesmo de si própria, já que era dada a distrações e a pequenos lapsos, como o de trocar frequentemente o nome de algumas pessoas, mas tinha a arte de se sair sempre bem das situações, conquistando os atingidos com tiradas simpáticas e espontâneas, que tinham o condão de os desarmar. </span><br />
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana;">A minha estrela tinha cabelo negro ondulado, "rebelde e teimoso" segundo a própria, olhos castanhos brilhantes e expressivos, boca de lábios cheios bem desenhados, que o baton vermelho destacava. Sendo mais alta do que a média das mulheres com quem se dava - a mim parecia-me sempre altíssima, ainda por cima porque usava saltos altos - tinha uma fisionomia elegante com "cinturinha de vespa" de que sabia tirar partido, vestindo peças simples mas com feitios e cores que a favoreciam, "porque tinha bom gosto".</span><br />
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana;">Gostava de festas que se prolongassem pela noite fora e como boa dançarina, fazia o gosto ao pézinho e ficava feliz quando o acompanhante não tinha "pé de chumbo", como o meu Pai. Era-lhe fácil fazer amigos, mas era fiel a um "grupo duro" com quem se dava quase diariamente desde há longos anos, e com quem nunca a ouvi ter qualquer dissonância, apesar de os seus membros terem idades muito diversificadas. Os locais desse convívio intenso eram as casas uns dos outros e não era preciso ocasião especial para se encontrarem, já que havia o hábito de tomar um "drink" ao final da tarde, depois do trabalho, de sair após o jantar para tomar café e de promoverem jantares aos sábados. </span><br />
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana;">A minha estrela tinha mão para a cozinha mas era ainda melhor doceira. Fazia de tudo, desde um simples pudim de chocolate, à divina tarte de amêndoa e ovos moles, ao bolo de ananás caramelizado, fora o que inventava em cima da hora, quando as receitas não lhe saiam como queria, socorrendo-se de "pequenos truques" que começavam por disfarçar o desastre e acabavam, geralmente, por serem apresentados como "especialidades do Algarve", isto ainda antes de choverem os elogios àquela delícia! </span><br />
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana;">Eu e os meus irmãos crescemos a ouvir falar em "Charlotes, Chifons, Rocamboles, Sorvetes, Marquises e Bavaroises", divertindo-nos com os nomes "chiques" de receitas do Pantagruel e da Banquete, da Tia Anita e da Avó Esther. Sempre que havia bolo pedíamos que nos chamasse para rapar a taça, e de colheres em punho, subíamos para cima de bancos para controlarmos a quantidade de massa que sobrava, sobretudo no Bolo Mármore, nosso favorito, porque íamos comendo, à vez, um pedacinho de massa branca e outro de massa de chocolate, acabando, sempre, com a cara, o cabelo e camisola todos sujos. </span><br />
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana;">Esta minha estrela brilhante tinha a pele branca e macia, mãos lindas com longos </span><span style="font-family: Verdana;">dedos</span><span style="font-family: Verdana;"> de pianista, as unhas bem tratadas e sempre impecáveis, pintadas de laranja forte ou vermelho. Nos dias de festa, andava atrás dela enquanto se vestia, se maquilhava e penteava, suspensa dos seus gestos descontraídos e da alegria que dela emanava. Pedia-me para lhe pôr o colar, e fosse ele qual fosse, "ficava-lhe sempre a matar". Aos meus olhos de criança, parecia-me sempre uma raínha, pronta a entrar em cena pela mão do seu rei. </span></div><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana;">A minha estrela maior cativava os outros com a sua simplicidade e franqueza, sem poses estudadas e sem gestos teatrais, desarmando tudo e todos com a sua gargalhada cristalina, uma das marcas imorredoiras da sua personalidade vibrante. Saber rir com gosto era-lhe intrínseco, e o som dessa gargalhada fazia parte integrante do seu charme inesquecível.</span><br />
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana;">Depois a vida mudou, e encarregou-se de lhe esmorecer a força, a energia e a alegria, fruto das perdas sucessivas que viveu. De degrau em degrau faltaram-lhe as âncoras, e desceu aos infernos: primeiro a saída definitiva da terra amada, depois a morte do Pai, seu companheiro de sempre, e numa reviravolta insuspeitável do destino, sofreu o derradeiro golpe, o choque brutal, súbito e irreparável da morte do filho mais novo, com 24 anos. </span><br />
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana;">Até pouco antes do fim permaneceu estoica, sempre generosa para com os outros, esquecendo-se de si própria apesar do sofrimento físico e moral, porque na sua lógica, havia sempre alguém que sofria mais, que precisava de amparo e de uma palavra de esperança, quando para ela, toda a esperança já se fora. </span><br />
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana;">A generosidade era a faceta intrínseca e inata da minha estrela maior, essa propriedade de carácter que a tornava "luminosa" e que a fez ser admirada por familiares, amigos e colegas, criando laços que perduraram vida fora, e que ainda hoje se mantêm vivos na memória e no coração de quem teve a sorte de a conhecer. </span><br />
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana;">Esta estrela brilhante que ofusca as outras é a minha Mãe. Tento seguir no encalço dos seus passos, reproduzir os seus ensinamentos, guiar-me pela sua luz, mas nunca imitá-la porque o que é genuíno não se copia.</span><br />
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana;">Obrigada por tudo, minha estrela brilhante mas, sobretudo, pelo privilégio que me foi concedido por ter-te tido como Mãe. </span></div>
<div style="text-align: center;">
</div>
Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-30042719191855836972013-03-20T19:40:00.294-07:002021-03-01T19:31:28.068-08:00Out of África<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/sRKtU9FF-8w" width="320" youtube-src-id="sRKtU9FF-8w"></iframe></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.goalcast.com/2018/01/17/alan-watts-quotes/" style="text-align: left;">"The only way to make sense out of change is to plunge into it, move with it, and join the dance." * </a></div>
<div align="center">
<span class="userContent"></span> </div>
<div style="text-align: justify;"><div><span style="font-family: verdana; font-size: x-small;">Nasci em África, tal como os meus irmãos, os meus pais, tios, primos, Avô e Bisavós maternos, assim como outras gerações que nos antecederam. As raízes africanas de uma grande parte da minha família perdem-se no tempo, divididas entre Cabo-Verde, Angola, África do Sul e Moçambique.</span></div>
<br />
<span style="font-family: Verdana;">Em final de 1975, fruto das circunstâncias políticas resultantes da Revolução de 25 de Abril de 1974, fomos confrontados com uma realidade que até então nos parecia imutável, inquestionável na sua normalidade. Fomos obrigados a deixar uma terra que considerávamos nossa, sem nos terem consultado ou dado sequer a oportunidade de tentarmos uma via alternativa. Partimos, em direcção a outra realidade, até um refúgio distante do nosso imaginário, estranho, e onde, para muitos dos residentes, nem sequer éramos bem-vindos. Portugal continental.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;">Foi, para todos, o recomeço de uma vida nova, que não pedíramos, sem sabermos, de todo, o que nos esperava e qual o rumo que seguiríamos dali em diante. </span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana;">Esta experiência de vida foi partilhada pela minha família, pelas famílias de amigos e por milhares de outras, abrangendo um número calculado entre meio milhão a 800 mil pessoas, fruto de uma descolonização apressada, levada a cabo pelo novo Portugal libertado, que se desfez, abruptamente, das suas colónias nos "territórios ultramarinos". Até pouco tempo antes, Portugal, o último dos impérios ocidentais, orgulhava-se da sua vastidão, de territórios imensos e distantes, banhados por três oceanos. Iam da África Ocidental e Central, na costa atlântica (Cabo-Verde, Guiné-Bissau, S. Tomé e Príncipe e Angola), passavam pela África Austral e pelo oceano Índico (Moçambique), iam até Timor Leste, entalado entre a Indonésia e a Austrália, e terminava em Macau, na foz do Rio das Pérolas, nos confins do Oceano Pacífico. </span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana;">Olhando para trás, as memórias das vivências desses tempos de terramoto coletivo, de há 45 anos, permanecem absolutamente vivas e intensas para quase todos, porque traduzem a derrocada de um mundo, cujas referências se perderam bruscamente, da noite para o dia. </span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana;">Para as várias gerações que viveram esse êxodo - dos meus 12 anos aos 70 anos do meus Avós - o espectáculo da ponte aérea e dos navios que deixavam Luanda e Lourenço Marques/Maputo, ficou-nos gravado na alma para sempre. Numa aflição total e indescritível, centenas e centenas de pessoas desnorteadas, desesperadas ou anestesiadas pelo choque, procuravam garantir </span><span style="font-family: Verdana;">lugares nos aviões e nos barcos sobrelotados. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;">U</span><span style="font-family: Verdana;">ma mala de mão por pessoa, com pouco mais que umas mudas de roupa, e </span><span style="font-family: Verdana;">um brinquedo por criança. A maioria da população estava sem posses </span><span style="font-family: Verdana;">porque tudo investira nos territórios de onde então saíam. Os que tinha poupanças, </span><span style="font-family: Verdana;">viram-se desfalcados das mesmas em poucos dias, porque o escudo tinha sido desvalorizado e, em Outubro de 1975, o dinheiro local - no caso de Angola, o escudo Angolar - tinha perdido todo o valor, só "servia para forrar paredes", como dizia, incrédulo, o meu avô. O ambiente era de guerra civil e a Metrópole - adjectivo dado até então a </span><span style="font-family: Verdana;">Portugal Continental - desligava-se a cada dia, fingia que nada via, só queria "despachar a coisa".</span><span style="font-family: Verdana;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;">Já no ar, ao sobrevoar Luanda, o silêncio pesava no nosso avião que vinha à pinha. Todos tinham consciência que se tratava da perda total do trabalho e de um sonho de gerações. Ao desviar o olhar da janela, vi os meus Pais lavados em lágrimas. Senti frio no estômago, as mãos subitamente transpiradas, agarradas aos apoios dos braços. Pela primeira vez, com 12 anos, percebi o que era ter medo.</span></div><div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="font-family: Verdana;">Fui, como tod@s @s outr@s, considerada "retornada", sem conhecer o país a que supostamente retornava. Durante anos, mais de uma década, fiz parte deste estereótipo, que me categorizava de uma forma na qual não me revia. Resisti como pude e soube, ao longo dos anos da juventude e do início da idade adulta, à revolta contra um rótulo que considerava ultrajante. </span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana;">O tempo ameniza quase tudo e, com a convivência, com as amizades feitas durante os anos de liceu, fui-me adaptando, e as diferenças entre mim e os outros foram-se atenuando. Nas férias, quando se verificava o êxodo de Lisboa e do resto do país em direcção ao Algarve e "à terra" de cada um, eu e o meu irmão trabalhávamos para arranjarmos dinheiro, para podermos viajar assim que atingíssemos a maioridade. A partir dos 18 anos, ao começarmos a</span><span style="font-family: Verdana;"> viajar Europa fora, abriram-se novos horizontes. </span><span style="font-family: Verdana;">Nos anos 80, jovens portugueses a viajarem para o estrangeiro pelo Inter-Rail era pouco comum. </span><span style="font-family: Verdana;">Sentia-me uma aventureira, compelida a ir sempre mais longe, e fi-lo, ano após ano durante quase uma década. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;">Acabei o curso, estagiei no estrangeiro, tive a sorte de poder escolher o trabalho que quis, tornei-me independente economicamente, casei, criei família. Aparentemente a minha pessoa estava normalizada, pacificada. E, porém, algo fervilhava constantemente debaixo da pele, qual formigueiro ou zumbido subliminar, que acordava ao menor sinal. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;">Ao longo de quase cinco décadas, África tem estado sempre presente no meu quotidiano, nas sensações, nos sonhos e nos pesadelos. A minha origem, o chão das minhas raízes, ainda que arrancadas à força, as minhas referências primevas, manifestam-se constantemente, seja para me alertar ou para me acalmar.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana;">Ainda hoje, e</span><span style="font-family: Verdana;">spanto-me, sem cessar, como permanece intacta a memória do olfato, do paladar, dos sons, das cores e das texturas.</span><span style="font-family: Verdana;"> Dos confins da infância sou desperta pelo aroma do café acabado de fazer em cada manhã, pelos sons e as cores intensas dos fins de tarde, pelo cheiro da terra molhada depois de uma chuvada súbita que, tal como começava, acabava; vejo-me a franzir os olhos para tentar ver para além da bruma impenetrável do cacimbo, que envolvia os dias de "inverno" em alguns dos lugares onde morámos, deixando um cheiro a pó de talco a pairar no ar. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;">Corro descalça pelo mato no meio de uma brincadeira de índios e cowboys e paro, de súbito, para saborear o gosto amargo-doce das bagas vermelhas do café penduradas nos arbustos; revejo o azul intenso do mar calmo na baía do Lobito, e oiço o estrondo das vagas que batiam nos pontões na Praia Morena, em Benguela, no </span><span style="font-family: Verdana;">tempo das "calemas"; </span><span style="font-family: Verdana;">sinto, enjoada, o calor húmido, </span><span style="font-family: Verdana;">abafado,</span><span style="font-family: Verdana;"> constante, que se colava à pele e nos fazia transpirar sem parar, por mais banhos que tomássemos.</span></div><div style="text-align: justify;">
<br /><span style="font-family: Verdana;">Não esqueço o aroma de uma Muamba acabada de fazer, nem o sabor irrepetível do pirão de farinha branca, ensopado no molho do guisado de carne, feito no fogareiro a carvão, comido à mão, no páteo das traseiras, ou </span><span style="font-family: Verdana;">o sabor doce e guloso dos morangos maduros acabados de apanhar, o molho vermelho a escorrer das mãos que limpava na camisa.</span><span style="font-family: Verdana;"> Ainda estremeço com o ribombar das trovoadas secas e tapo os olhos ao clarão dos relâmpagos, que, às dezenas, riscam o céu carregado de nuvens negras, prontas a despejarem toneladas de água. Oiço o barulho ensurdecedor das cigarras na savana ao entardecer, e danço, </span><span style="font-family: Verdana;">ao som ritmado dos batuques de tambores que anunciavam festas em aldeias </span><span style="font-family: Verdana;">distantes.</span><span style="font-family: Verdana;"> </span><span style="font-family: Verdana;">Vejo os pés das roseiras que cresciam na Ganda, onde floriam rosas de pétalas gigantes e acetinadas, com cores fenomenais. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;">Antecipo a excitação das festas de Natal do Banco de Angola, onde o meu Pai trabalhava, eufórica pelos presentes que íamos receber e, vejo-me, em pleno palco a recitar, nervosa, o meu primeiro poema de Natal; disparo </span><span style="font-family: Verdana;">em </span><span style="font-family: Verdana;">correria desenfreada com o meu </span><span style="font-family: Verdana;">irmão </span><span style="font-family: Verdana;">até à beira-mar, para ver quem chegava primeiro e se atirava para dentro de água e sinto, nas plantas dos pés, os p</span><span style="font-family: Verdana;">icos das pinhas minúsculas das casuarinas espalhadas pela areia, que nos faziam andar aos saltinhos, na tentativa de as evitarmos. </span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;">África foi o meu berço, corre-me no sangue, aquece-me a alma, estimula a minha imaginação. É o fascínio de viagens marcadas pela imensidão dos espaços e pela diversidade das paisagens; é a fileira das acácias rubras </span><span style="font-family: Verdana;">na berma dos passeios</span><span style="font-family: Verdana;">, os troncos pintados de branco até meia altura, que quando floriam, atapetavam as ruas de vermelho intenso; é a imagem dos embondeiros, esqueletos retorcidos de árvores sem folhas, resistentes à seca e à solidão da savana, com os sacos de múcua pendentes, os frutos brancos no interior, de sabor ácido e adstringente, que deixavam a língua e o céu da boca encortiçados; são as </span><span style="font-family: Verdana;">papaieiras e </span><span style="font-family: Verdana;">os mamoeiros esguios, os abacateiros e as mangueiras </span><span style="font-family: Verdana;">frondosas </span><span style="font-family: Verdana;">de troncos possantes, a que trepávamos para ver quem subia mais alto. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;">Ao sábado vinham as mulheres negras com os filhos às costas, seguros por panos coloridos atados ao peito, </span><span style="font-family: Verdana;">as quitandas à cabeça, </span><span style="font-family: Verdana;">carregadas de gorazes, chernes, garoupas, lagostas, que chegavam de barco vindos da Baía Farta. Iam de casa em casa, com os seus cantares lânguidos, gingando as ancas lentamente, ao ritmo das ondas de calor do final da tarde. </span><span style="font-family: Verdana;">A cereja no topo do bolo eram os almoços de domingo, em que a minha Mãe se esmerava a fazer os pratos de que mais gostávamos, como lagosta suada com salada russa ou, o seu inigualável rosbife com batata palha. Para terminar, mimava-nos sempre com um pudim flan ou de ovos, afogado em caramelo!</span></div><div></div><div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="font-family: Verdana;">Voltar a Àfrica? Sim, adorava! Mas a outra África, longe dos lugares da minha infância, porque tenho perfeita noção que voltar a eles seria o "genocídio" destas minhas memórias, a destruição de uma parte da minha identidade, do que fui e me marcou, de quem sou! </span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana;">Como disse <b><a href="https://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=355">Agostinho da Silva</a></b>, "...todos transportamos cadáveres de nós próprios...", do que fomos na infância, na adolescência, no início da idade adulta... A esses tempos, que significam outras vidas, é impossível retornar, na pretensão espúria de os querermos reviver tal como da primeira vez. Já só existem dentro de nós. Tentar revisitá-los é, quase, cometer suicídio! </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://www.goalcast.com/2018/01/17/alan-watts-quotes/"><span style="font-family: Verdana;">* <span style="font-size: x-small;">By </span></span><span style="font-family: Verdana;"><span style="font-size: x-small;">Alan Watts</span></span></a></div></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/2EW2kNCmZZ0" width="320" youtube-src-id="2EW2kNCmZZ0"></iframe></div><br /></div>
Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-79789019741094386402013-03-07T16:08:00.002-08:002013-03-11T08:05:05.826-07:00Zacatraz! O grito da tribo.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;"></span><br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnkfb6obG0xKcQoiYKMOjKJH34mBICjyTsEPMc_2OIqBVszElXiZWMQA8G-_6zxvp8f5mB014qBF8K43Ynf55jB57KHuc8-_-z5mNI3TygtSVEwjakQMYPEcfKqSorPRARMEcqvt7j79Y/s1600/Meninos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnkfb6obG0xKcQoiYKMOjKJH34mBICjyTsEPMc_2OIqBVszElXiZWMQA8G-_6zxvp8f5mB014qBF8K43Ynf55jB57KHuc8-_-z5mNI3TygtSVEwjakQMYPEcfKqSorPRARMEcqvt7j79Y/s1600/Meninos.jpg" height="152" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><strong>Orgulho e preconceito</strong></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Domingo, 3 de Março, a família madrugou, saltando da cama às 6.30h da matina para se preparar para um passeio especial a Lisboa. Um dos membros da família ia participar num evento de grande importância pessoal, e quando assim é, o resto da família adere, numa lógica de Um por Todos e Todos por Um!</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"><span style="color: #666666;">Este é também o lema do <a href="http://www.colegiomilitar.pt/c/index.php/quem-somos/sintese-historica.html">Colégio Militar</a>, do qual o meu marido é ex-aluno. Em quase duas décadas de vida partilhada, apenas fui, há vários anos, assistir a uma cerimónia no Largo da Luz, no início de uma abertura solene do ano lectivo. Confesso que não me deixou, então, grande registo na memória, mas a "aura" do Colégio sempre me intrigou, porque anos a fio senti a sua força e o seu apelo, dentro e fora de casa. </span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Não sou filha de militares mas sempre vivi perto deles: sou bisneta de um Coronel de Cavalaria, sobrinha de um oficial ex-Comando, nora de um Almirante, e esta proximidade marca, mesmo para quem nunca partilhou de "teses" militaristas, pelo contrário. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"><span style="color: #666666;">Desta vez, porém, decidi aderir ao chamamento, mais para satisfazer a curiosidade e para tentar compreender, ao vivo, o que é isso de pertencer a uma "tribo". Que melhor pretexto do que <a href="http://vimeo.com/61135721">o aniversário de uma <span id="goog_2021447383"></span></a></span><span style="color: #666666;"><a href="http://vimeo.com/61135721">Instituição que comemora os seus 210 anos</a></span><span style="color: #666666;"><a href="http://vimeo.com/61135721"> <span id="goog_2021447384"></span>de existência</a>, agora ameaçada por cortes orçamentais de vulto, que também chegaram às Forças Armadas! Senti, pela primeira vez a força do apelo, despoletado por carta, mail, sms, telefonemas e que teve como objectivo, apelar à participação massiva no evento, para mostrar </span><a href="http://www.colegiomilitar.pt/c/index.php/quem-somos/condecoracoes.html"><span style="color: #666666;"><span style="color: purple;">a importância que esta instituição tem</span> numa parte da sociedade Portuguesa.</span></a></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">O encontro, no Marquês de Pombal, começou morno. Era cedo, 8h30m da manhã, e apenas se viam alguns grupinhos de 3, 4 pessoas espalhados no semi-circulo das traseiras da estátua, que madrugadoras esperavam por algo de maior impacto. Pensei para comigo, "frouxa iniciativa, o pessoal comodista prefere dormir, num Domingo frio e cinzento, do que solidarizar-se por outros valores mais altos." </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Uma hora depois, pelas 9h30m, o cenário mudara consideravelmente. A meia lua enchera-se com os alunos, com idades entre os 10 e os 17 anos, que marcavam presença com os seus uniformes impecáveis; viam-se ex-alunos de todas as idades, de octogenários a recém saídos do Colégio, identificados com os pins da barretina na lapela; os familiares, tal como eu, a minha sogra e a minha filha, lá estavamos em profusão, e ouvia-se o brúáaaa da pequena multidão, que saira de casa à última hora, mas muito a tempo de participar no início da cerimónia. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"><span style="color: #666666;">Nessa altura já me sentia empolgada: "a malta finalmente aparecera", e a festa prometia. A chegada da </span><a href="http://www.lacm.org.pt/conheca-o-cm/os-segredos-do-sucesso/a-complexidade-curricular/a-escolta-a-cavalo"><span style="color: purple;">Escolta a Cavalo</span></a><span style="color: #666666;"> acentuou essa mudança de humor, cerca de uma vintena dos melhores alunos de equitação dos 3 últimos anos, rapazes entre os 15 e os 17, mostravam-se garbosos, muito direitos nas garupas das suas montadas, flâmulas, lanças e espadas em punho, conscientes do impacto que causavam em todos os presentes. </span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"><span style="color: #666666;">Às 10h em ponto começou a cerimónia com a homenagem do Colégio aos ex-alunos. Depois, uma voz de comando incitou ao GRITO DA TRIBO: "</span><a href="http://ocantodoterceiroano.blogspot.pt/2006/01/zacatraz.html"><span style="color: #666666;"><span style="color: purple;">ZACATRÁZ</span>, ZACATRÁZ, ZACATRÁZ</span></a><span style="color: #666666;">!", que ecoou pelas fachadas dos prédios em volta, provocando-me uma estranha sensação, e me deixou absolutamente silenciosa, quase temerosa, pelo impacto das vozes em uníssono! </span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;"><span style="font-family: Verdana;">Seguiu-se,</span><span style="font-family: Verdana;"> de imediato, o hino do Colégio, cuja letra desconhecia por completo, mas surpreendeu-me, de novo, a adesão massiva. Por fim, cantou-se o hino nacional, e eu, que não o cantava em público, alto e bom som, há longos anos, confesso que me senti bastante comovida. </span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Depois, abriram-se alas e começou o desfile a contornar a Estátua do Marquês de Pombal e a descer a Avenida da Liberdade. Surpreendente foi ainda o cordão que se formou, as pessoas a avançarem e a acompanharem a marcha da 1ª companhia, a dos miúdos de 10 anos, depois a da 2ª, da 3ª e da 4ª companhia, a dos mais velhos, formada pelos alunos que frequentam o 11º ano, sempre ao som de gritos repetidos, constantes de ZACATRÁZ, ZACATRÁZ. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Por fim, a Escolta a Cavalo fechava o desfile, imponente, poderosa, orgulhosa, bela representante desta Instituição que comemorou 2 séculos e 10 anos!</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Tudo terminou no Rossio, com a chegada da banda do Exército, no Largo da igreja de S. Domingos, onde se juntou a multidão, VERDADEIRA MULTIDÃO, que veio a pé, numa festa e alegria esfusiantes, pelos seus filhos, pelos seus netos, por si próprios e pela juventude já distante.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">A festa para os ex-alunos prolongou-se dia fora, terminando em jantar no Colégio, num menu simples: caldo-verde, o célebre "amarelo" - roupa velha feita com carne estufada, batata frita às rodelas e ovos batidos a envolver, considerada verdadeira iguaria, difícil de reproduzir em casa, por mais que se tente - e arroz doce, tão compacto que dá para atirar à parede. MAS ELES ADORAM!</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"><span style="color: #666666;">Não pretendo fazer aqui a </span><a href="http://nonomedarosa.blogspot.pt/2007/03/colgio-militar-204-aniversrio.html"><span style="color: purple;">apologia do Colégio Militar</span></a><span style="color: #666666;"><span style="color: purple;">,</span> mas o facto é que esta instituição faz parte integrante da nossa sociedade há 200 anos, tal como West Point nos Estados Unidos, o Sistema de Colégios Militares no Brasil, a École Militaire em França e ainda a Royal Military Academy em Sandhurst, Reino Unido. </span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Este é um colégio privado, como tantos outros, com a diferença de educar os seus alunos em ambiente militar. <strong>Tento vencer o meu preconceito</strong>, o da maioria de nós, que no pós 25 de Abril e até hoje adquiriu anti-corpos a este ambiente, com a pouca ou frágil acção do próprio colégio, que não soube adaptar a sua comunicação ao longo dos últimos anos, ao ponto de se limitar a assistir a situações polémicas, negativas e mediáticas, sem dar qualquer resposta convincente às mesmas, INCAPAZ DE VEÍCULAR A MENSAGEM SIMPLES DO QUE FAZ PELOS JOVENS QUE O FREQUENTAM, E QUE DELE SE ORGULHAM para o resto das suas vidas!</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">O colégio tem hoje um regime de internato para aqueles que assim o decidem, e um regime de semi-internato para quem tem a "sorte" de ter os pais a viverem perto, e isto faz toda a diferença, por comparação com o modelo seguido durante décadas, em que só havia a possibilidade de internato, com saída ao final da manhã de sábado, depois das aulas e do almoço, com retorno ao domingo ao final da tarde. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"><span style="color: #666666;">Sendo um colégio privado, não é caro, ao contrário do que a maioria pensa, nem exclusivo para uma elite, a dos que podem pagar! As propinas incluem alimentação, 5 refeições ao dia, e não menos importante, uma série de actividades como: <a href="http://www.colegiomilitar.pt/c/index.php/instalacoes/oferta-do-colegio/actividadesdesportivas.html"><span style="color: purple;">Equitação, Esgrima, Atletismo, Natação e Ginástica</span></a>. É famosa a classe especial de ginástica desportiva do Colégio, conhecida pela alcunha de </span><a href="http://videos.sapo.pt/AjhL8Pu0LJcB8d5o1hv5"><span style="color: purple;">"Os gafanhotos".</span></a><span style="color: #666666;"> </span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Para além disso, e tratando-se de um colégio militar, é dada Instrução Militar, com aprendizagem do manuseio de armas (aqui as Mães ficam com os cabelos em pé), mapas cartográficos, orientação e técnicas básicas de sobrevivência. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Na voz de um deles, o testemunho é o de que "o Colégio é uma elite, sim, mas à saída, não à chegada! Qualquer um que tenha boa capacidade física e mental (há exames para entrar), e cujos pais possam pagar as referidas propinas (as quais são inferiores a muitos outros colégios privados), pode frequentar o Colégio". </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;"><span style="font-family: Verdana;">Conheço pessoalmente alguns dos jovens alunos, são da geração da minha filha, e estão em vias de terminar o seu curso de escolaridade obrigatória. Como em qualquer escola, há excelentes alunos, bons alunos e alunos médios, mas NÃO HÁ MAUS ALUNOS, porque o nível de exigência desta Instituição tal não permite, havendo desde sempre um sistema de méritos e deméritos, que se traduzem na atribuição de medalhas de Aptidão Literária e de Aptidão Física. Há quem as tenha todas - bastava ver o orgulho com que vários dos alunos, no domingo passado, exibiam essa colecção de medalhas ao peito - </span><span style="font-family: Verdana;">outros apenas têm algumas e muitos outros, nenhuma, caso daqueles que não atingem os parâmetros mínimos para se qualificarem para esse prémio de MELHORES ENTRE IGUAIS!</span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"><span style="color: #666666;">Ao longo de décadas, o Colégio tem provado a </span><a href="http://colegioporto.blogs.sapo.pt/"><span style="color: purple;">excelente qualidade dos seus conteúdos curriculares</span></a><span style="color: #666666;"> e programáticos, ao preparar jovens para as mais diversas profissões, que ambicionam por muito mais, e que raramente querem seguir uma carreira militar, antes valorizam a experiência do Colégio, a ideia do "Um por Todos e Todos por Um", numa aprendizagem de </span><a href="http://camaradachoco.blogspot.pt/2012_06_01_archive.html"><span style="color: purple;">partilhas, de camaradagem, de cumplicidades</span></a><span style="color: #666666;"> e proteção entre pares, que perdura pela vida fora. </span><a href="http://camaradachoco.blogspot.pt/2012_06_01_archive.html"><span style="color: #666666;">A TRIBO NO SEU MELHOR!</span></a><span style="color: #666666;"> </span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Então, porque olhamos, quase sempre, para o Colégio Militar como uma instituição a abater, como sendo "uma aberração", como não havendo espaço para este tipo de ensino, quando na realidade a maioria dos rapazes que o frequentam já não são filhos de militares, mas filhos de civis, de várias proveniências dentro do País e muitos, cada vez mais, dos PALOP. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Nenhuma instituição está isenta de fragilidades e de defeitos, mas o facto é que "...claramente as virtudes inculcadas pelo Colégio os suplantam, e em larguíssima escala! E com benefício de toda a sociedade, pois a maioria dos alunos escolhe a vida civil."</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"><span style="color: #666666; font-family: Verdana;">A Democracia é um sistema político que permite o convívio e a proliferação de várias realidades, algumas nos antípodas da maioria consensual, e aceita-as como válidas e contributivas para a harmonia do todo social.</span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;"></span> </div>
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;">Porquê então deitar fora 210 anos de experiência feita, </span><a href="http://www.lacm.org.pt/conheca-o-cm/conheca-o-cm/conhea-o-colgio-militar"><span style="color: purple;">e de um valor que se renova a cada geração</span></a><span style="color: #666666;"> que passa pelo Colégio Militar? Olhemos para os que orgulhosamente gritam bem alto a origem e proveniência da sua formação, e entendamos que não se tratam de "freaks, aliens", cultores de um estilo de vida "fascista e fascizante com saudosismo do passado". </span></div>
<span style="color: #666666;">
</span><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;"> </span></div>
<span style="color: #666666;">
</span><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;">Este pensamento é "demodé", está "out", e só perdura porque o PRECONCEITO vive e alimenta-se da IGNORÂNCIA e da incapacidade de aceitar a diferença! </span></div>
<span style="color: #666666;">
</span><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;"> </span></div>
<span style="color: #666666;">
</span><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;">"Depois de lá ter estado 7 anos (agora 8), sim, concordo, do Colégio sai uma ELITE! Mas uma Elite não de dinheiro...mas de Valores." (sic)</span></div>
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-79265848166083683802013-02-28T16:51:00.001-08:002022-06-22T11:08:27.732-07:00Eu e os Outros: uma Amizade de várias cores.<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh93njn6Lv65awhpeWBJc_Q2lPjtENz4OC9cThlODkQjGJ4fYHV9xB5PFlfCn8g6PHdaKsLRbgyoy8t8w-WISpMV0XDBMi5yL5W8wcn8GPx-gJcBzwXj3YMPJPbgD06I1-4DV2jzB81CxA/s1600/DSC00452_alt.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh93njn6Lv65awhpeWBJc_Q2lPjtENz4OC9cThlODkQjGJ4fYHV9xB5PFlfCn8g6PHdaKsLRbgyoy8t8w-WISpMV0XDBMi5yL5W8wcn8GPx-gJcBzwXj3YMPJPbgD06I1-4DV2jzB81CxA/s1600/DSC00452_alt.jpg" height="245" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: magenta; font-family: Verdana, sans-serif;"><strong>Forever Babes</strong></span></div>
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Num mundo tão árido como aquele em que vivemos hoje, há que valorizar, cada vez mais, o que vale a pena: família e amig@s. São ambas dimensões que garantem a nossa sobrevivência, são porto de abrigo e lugares de afectos, que traduzem, de forma inequívoca, a nossa humanidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">O tema hoje é o da Amizade, esse valor supremo a que nos devemos agarrar como lapas a rochas, porque verdadeiro, escolhido, são e único.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Tenho o privilégio de ter alguns amig@s para a vida, que me têm acompanhado ao longo do percurso, com tudo o que isso implica: bons e maus momentos, profundas tristezas e grandes alegrias, silêncios e algazarras, discussões, trocas de ideias, convergências e algumas divergências, enfim, tudo o que importa registar e nalguns casos, também, esquecer, perdoar e ser perdoada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Um dos meus maiores prazeres é fruir da companhia de 7 mulheres - número mágico - que são minhas amigas há quase 2 décadas!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Fomo-nos "coleccionando" por etapas, tendo-nos conhecido todas num dos nossos primeiros locais de trabalho, uma agência de publicidade que foi referência no mercado da comunicação durante algumas décadas, até fenecer lentamente. Dela só resta o nome mítico, o resto, "já era"! Felizmente a Amizade perdurou, amadureceu, enriqueceu-se e, tal como um excelente vinho tinto, transformou-se em preciosidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Sendo todas tão absolutamente diferentes, partilhamos, ao longo dos anos de quase tudo um pouco, e fazemos de cada reunião um evento especial, mesmo quando os assuntos são sérios e graves. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Desde há anos que elegemos um fim-de-semana de verão para uma fuga a 8. Marcamos com muita antecedência e vamos fazendo a contagem decrescente no calendário comum, e tal como em qualquer viagem que se preze, a antecipação da partida, os preparativos, "quem leva carro e dá boleia a quem, quem partilha quarto com quem, quem leva o pequeno-almoço para o 1º dia, a ida às compras, os preparativos para um dia inteiro de total descontração e "sessão de bronze" na praia, depois os caracois e as cervejolas na tasca da esquina antes do jantar e da grande noite, enfim, tudo faz parte do imenso prazer de estarmos juntas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Escusado será dizer que:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666;"><span style="font-family: Verdana;">-maridos não entram, apenas colaboram, para que tudo corra sobre rodas,</span> <span style="font-family: Verdana, sans-serif;">e ficam com os herdeiros</span> <span style="font-family: Verdana, sans-serif;">nas suas alegres casinhas, tentando adivinhar "o que será que elas estão a fazer!" </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana, sans-serif;">- Jamais lhes contamos ou a quem quer que seja, porque aqueles 2 dias são sagrados e exclusivamente nossos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"><span style="color: #666666;">- Há sempre granel e bruáaaaa a perder de vista, mas sendo os divertimentos simples, e a conversa amena - às vezes - o mote é "bora lá despir a roupagem de mulheres/mães/profissionais certinhas e compostinhas, e sem nunca ferir a liberdade alheia, cortimos cada minuto ao nosso ritmo, estando-nos nas tintas para os outros todos. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Cada ano é uma verdadeira festa, e a única pena é quando não conseguimos estar todas presentes. O resto, é-nos indiferente,</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">O curioso, é que conseguimos atingir um ponto tal de equilíbrio, partilha, confiança, irmandade, ternura, sentido crítico e bom-humor, que nos espantamos a nós próprias, e mais ainda, aos outros, próximos e distantes. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">É frequente ouvirmos, com alguma razão, provavelmente, que "muita mulher junta não funciona". Pois tem funcionado fantásticamente, e no meio do ruído de tanta "galinha junta", temos permanecido isentas às invejinhas, às tricas sem interesse, à pequenina maldade mesquinha, aos segredinhos, ao corte. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Olhando para nós 8 como se fosse espectadora de um sketch alheio, consigo aperceber-me das nuances das outras 7, das semelhanças e das diferenças, e o que sobressai, o "core" e o fundamental, é que o que nos une, sem dúvida, é superior ao que nos separa. Daí o sucesso da troupe!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Neste grupo de mulheres com idades entre os 35 e os 50 anos, há uma panóplia de cores muito diversas, verdadeiro arco-iris que varia entre tons fortes, permeado por meios tons:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">- há "vermelhos" pujantes, com personalidades fortes, convicções inabaláveis e vontades férreas, capazes de fazerem as coisas acontecer, que lutam sem descanso por aquilo em que acreditam;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">- há "azuis intensos", com uma imensa capacidade de aceitação da sua mudança, e com um imenso espírito de sacrifício, que prescindem das suas carreiras e do seu sucesso por um bem maior, em prol da felicidade da família e de terceiros;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">- há "dourados luminosos", figuras que dão nas vistas pela sua beleza e inteligência, profissionais de gabarito reconhecidas pelos seus pares, dado o valor das suas realizações, mães e filhas extremosas que se desdobram em múltiplas facetas;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">- há ainda espaço para "os beges", os supostamente apagadinhos. Conciliadores por natureza e diplomatas, têm opiniões sobre tudo e nada, mas evitam expressá-las, fugindo a sete pés de horríveis e incómodas discussões, que abominam. Quando "motivados", porém, revelam-se teimosos, capazes de arroubos de audácia e de uma coragem surpreendente, e lá dão "um arzinho da sua graça", mostrando um alter-ego "mauzinho", danadinhos pela crítica acutilante e e pela palhaçada. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span><span style="color: #666666;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana;">Daqui só pode sair "desgraça", isto é, "le vrai bordel"!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #351c75; font-family: Verdana; font-size: x-small;">Este texto é uma homenagem que presto a esta troupe de amigas que começou há cerca de 22 anos, e que perdura até hoje, sem mácula. Qualquer semelhança com a realidade NÃO É FICÇÃO, é REAL! As 8 miúdas são verdadeiramente de carne e osso, que o digam os maridos e filhos, pais e sogros, cravados até à medula, chefes e subordinados que pressentem e "sofrem" na pele os nervos que antecedem estes encontros, porque a palavra de ordem é, "alto e pára o baile que hoje tenho que sair mais cedo, doa a quem doer, e se não gostarem, danou-se!". </span><br />
<span style="color: #351c75; font-family: Verdana; font-size: x-small;">Não é fácil para os outros, que se sentem tremendamente afectados pela força inevitável desta atracção, a da AMIZADE. Pois, temos muiiitaaaaaaaaa penaaaaa! </span></div>
<span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-67381123090193176442013-02-12T16:00:00.001-08:002013-02-25T14:33:08.002-08:00Chanel, Chanel! <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVO3dG7wkG0iwbfdhQVEBMCbfbrCKIpJwnjEX8QPx_3wy1f0cM6gznZC1FoOo8HVMF4l3LN2t6L2HLjkbEtbyAvQ2uZn39v2WtQOwM0yynVbre7EWzyb4vkDqUn2xDOFpt2cYyTOAhaeg/s1600/052_bl2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="202" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVO3dG7wkG0iwbfdhQVEBMCbfbrCKIpJwnjEX8QPx_3wy1f0cM6gznZC1FoOo8HVMF4l3LN2t6L2HLjkbEtbyAvQ2uZn39v2WtQOwM0yynVbre7EWzyb4vkDqUn2xDOFpt2cYyTOAhaeg/s320/052_bl2.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana, sans-serif;"></span> </div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #666666; font-family: Verdana, sans-serif;"><strong>O ridículo dos outros que nos fica tão bem!</strong></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #666666; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"></span> </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 4pt; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Um dia, lá atrás, um amigo disse algo que nunca esqueci: "Quem tem medo de fazer figuras ridículas é porque tem medo de se expôr". Aquilo mexeu comigo, porque ainda hoje tenho fobia do ridículo, e porém... </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 4pt; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Quando observamos os outros no seu dia a dia, por vezes somos implacáveis na sua avaliação, mesmo que não o queiramos. Julgamo-los à luz de determinados pressupostos, e achamos que estamos isentos ou até imunes de incorrermos em situações semelhantes. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 4pt; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Lembro-me, com saudade, de momentos que partilhei com a minha Mãe, Avó e até amigas, em que "gozava" com momentos específicos que considerava hilariantes e até ridículos. Era bastante mais nova e com pouca experiência de vida, e como tal, detinha a sabedoria dos incautos, esses que acham que <em>a vida é o aqui e agora,</em> em que tudo é possível, sem limites, sem consequências! Vem o dia, mais à frente, em que a Vida nos troca as voltas, e com espanto, realizamos que não só nos "damos ao ridículo", como ainda por cima, trilhamos passos semelhantes, quase iguais, aos que criticámos a outros. Tem piada quando não é grave. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 4pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #666666;"><em>Chanel, Chanel, vem cá, onde te meteste?</em> Todos os dias, ao longo dos
últimos anos, eu e os outros moradores deste prédio ouvimos esta lengalenga,
dita em tom de suave desespero, pela senhora que mora no 8º andar. Eu e a minha
filha observámo-la muitas vezes da janela, e ríamo-nos do ritual diário da
senhora viúva que passeia duas vezes por dia a sua cadelinha, e que a trata como
membro da família, talvez a neta que nunca teve. Ridículo!</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 4pt; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><em>Chanel, Chanel,</em> passou a ser um refrão que ambas entoávamos em coro, mal
percebíamos a sua presença no parque exterior, donas de uma superioridade acima de qualquer reparo. Até ao dia em que Blackie entrou
de rompante nas nossas vidas. </span><br />
<br />
<span style="color: #666666; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Cachorrinha de pelo negro, brilhante e macio, olhos dourados e meigos, orelhas sempre espetadas, morta de fome e carente de contacto humano, foi dar a casa dos meus sogros, à procura de um porto de abrigo em noite de temporal. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 4pt; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Escusado será
dizer que fomos imediatamente adoptados por ela, com a total adesão e insistência da minha filha, que passou a considerá-la a “mana
mais nova” que não tivera a sorte de ter! </span><br />
<span style="color: #666666; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"></span><br />
<span style="color: #666666; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Nos primeiros dias olhei-a desconfiada, incapaz de decidir se aceitava de bom grado aquela intromissão ao equilíbrio do nosso universo familiar, sobretudo porque a asma e as alergias que sempre me afligiram, impediram que houvesse espaço para animais, tanto em casa dos meus Pais, como em minha casa. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 4pt; text-align: justify;">
<span style="color: #666666; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Com o passar dos dias, porém, essa resistência abrandou, fruto da surpreendente ausência de espirradelas e comichões, após contacto com a pequena hóspede de raça indeterminada, e lá me fui habituando à sua presença, grandemente facilitada pelas "graçinhas e brincadeiras próprias de tão tenra idade". </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 4pt; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Adaptámo-nos tão facilmente à sua presença, que em menos de um ápice passamos a considerá-la como <span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">o mais novo membro da família, a quem chamamos carinhosamente "a nossa filha peluda africana”.</span></span><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 4pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #666666; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Reflectindo sobre o quão irónica a vida pode ser, lembrei-me recentemente que a minha Avó materna teve uma cadelinha, durante alguns anos, quando os meus Pais ainda namoravam. Dona de casa aprimorada, senhora de rotinas diárias, ritmos rígidos e possessiva com os entes queridos, teve a dada altura que aceitar, resignada, a emancipação dos filhos. Procurou, por isso, um ser submisso, capaz de aceitar, sem reservas, ser o alvo do seu amor e esmeradas atenções.</span></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #666666; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"></span></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #666666; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Assim, adoptou a Micas, cadelinha tão estimada como se fosse uma filha mais nova, surgida fora de tempo. Micas era o ai Jesus da minha Avó que lhe falava como se esta tudo entendesse, leváva-a para todo o lado, provocando alguns embaraços e inclusivé, fazia-lhe roupa, umas camisolas de malha para a proteger das noites húmidas do cacimbo de Benguela, e "pior ainda", punha-lhe fralda quando ela estava com o cio e impedia-a de sair à rua sem a sua supervisão, porque a "ocasião faz o ladrão"! A virgindade da cadela foi motivo de chacota entre o grupo mais restrito de amigos, o que ofendeu profundamente a minha Avó, mais pelo tema discutido em público, do que pelo facto em si. </span></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #666666; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"></span></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #666666; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">O tempo passou e muita coisa mudou, mas hoje, óbviamente, somos nós o alvo da galhofa dos vizinhos sempre que saímos com a nossa cadelinha para passear, e dizemos, por nossa vez, no mesmo tom de suave desespero, a lengalenga " Blackie, vem cá Blackie..." </span></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #666666; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"></span></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: #666666; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: xx-small; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Blackie adoptou-nos com 5 meses, em Maio passado, estando connosco há 9 meses. Por mérito próprio, tornou-se membro de pleno direito desta família, contribuindo com uma quota parte de peso (10Kg) para o equilíbrio do quarteto. Em dias de frio, tem direito a vestir a sua camisola rosa, que contrasta lindamente com o seu pelo negro brilhante, e que a protege da húmidade da Serra de Sintra ou da Serra de Grândola, de onde é originária. Senhora de uma personalidade forte, exibe com orgulho e elegância a sua estirpe de membro de uma raça bem determinada, a de ser um cão de caça, um <u><strong><span style="color: blue;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">VERDADEIRO</span> </span></strong></u></span></span><span style="font-size: x-small;"><a href="http://clubedopodengoportugues.com/podengo.html"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><strong>PODENGO PORTUGUÊS!</strong></span></a></span><br />
<span style="color: #333399; font-family: Verdana; font-size: x-small;"></span><br /></div>
<span style="color: #333399; font-family: Verdana; font-size: x-small;"><br /></span>Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-9748913916880516302013-01-26T17:27:00.002-08:002013-02-20T18:31:56.571-08:00O bege da discórdia - revisitado!<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> </span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: #666666; font-size: small;"><strong> </strong></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPFgs2eGDExYOOUvmI14spIXj_SrD1DtKWi9XweDIc3lE_Ysjia_Is88uxZU6i4zH7QJ5YCbgDDgRgHI57SVJg3r87UqhjJ4HpTxqE3yGPVt4eisC50EFmea6Mb6vabXeK9ObfCAtvRzM/s1600/ascoresoutono2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPFgs2eGDExYOOUvmI14spIXj_SrD1DtKWi9XweDIc3lE_Ysjia_Is88uxZU6i4zH7QJ5YCbgDDgRgHI57SVJg3r87UqhjJ4HpTxqE3yGPVt4eisC50EFmea6Mb6vabXeK9ObfCAtvRzM/s1600/ascoresoutono2.jpg" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: #666666; font-size: small;"><strong>Uma cor, muitas nuances</strong></span></span> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"></span> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">Falei-vos
recentemente da minha leitura dos outros através das cores, e nesse dia,
destaquei <span style="color: #444444;">as "</span></span><span style="color: red; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">pessoas vermelhas</span><span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">". Hoje, falo-vos das</span> <span style="color: #e69138;"><strong>"</strong></span></span><span style="color: #e69138;"><strong><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial;">beges</span><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">"</span></strong></span><span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #e69138;"><strong>.</strong></span> <span style="color: #444444;">É o
outro extremo da minha escala, e são, na minha percepção, absolutos opostos! </span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: Verdana;"></span> </div>
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">Antes
de mais, um preâmbulo:</span> <span style="color: #e69138;"><strong>o </strong></span></span><span style="color: #e69138;"><strong><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial;">BEGE
É CÔR?</span><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"> </span></strong></span><br />
<strong><span style="color: #e69138; font-family: Verdana;"></span></strong><span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><br />
– <span style="color: #444444;">Hmmm, não faz parte do arco-íris, diz Perpétua...</span><br />
– <span style="color: #444444;">Posso colocar perto do amarelo, pergunta Valéria?<br />
– Boa. O bege fica perto do amarelo clarinho, antes do verde água...alvitra Januária. </span><br />
– E do<span style="color: #b45f06;"> </span><span style="color: #783f04;"><strong>castanho chocolate, não???,</strong> </span><span style="color: #073763;"><span style="color: #444444;">retruca Gervásia entre duas trincas no amendoim torrado. </span></span><br />
–<span style="color: #444444;"> Er... não sei!!! </span><br />
– <strong><span style="color: #444444;">Não fica perto do branco também???,</span></strong> <span style="color: #444444;">acrescenta Perpétua já irritada - ainda a noite mal começou e já estas fulanas se armam aos c</span><span style="color: #444444;">ucos! </span></span><span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;"> - Claro, claro....afiança Pitinha.<br />
– Porquê, dúvida Januária?</span>
– <span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><strong><span style="color: #444444;">O arco-íris não tem</span> <span style="color: #444444;">castanho, </span></strong></span></span><strong><span style="color: #444444;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial;">nem bege,</span><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial;">
nem </span></span></strong><span style="color: black; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><strong><span style="color: #444444;">preto</span>,</strong> <span style="color: #444444;">argumenta Engrácia, já saturada da polémica</span></span><span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial;">.</span><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><br /><span style="color: #444444;">
– Val, pelamor, é só uma côr do guarda-roupas!, diz a brasileira de serviço.</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">Bom,
a minha conclusão é que o</span> </span><span style="color: #e69138;"><strong>BEGE
É UMA CÔR</strong>!</span><span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"> <span style="color: #444444;">Não é côr primária, e</span> </span><span style="color: #444444;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">não é quente nem exaltante como o
vermelho</span><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">, é um facto! É uma cor de tom próximo do branco, porém </span><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">subtilmente
acastanhada</span><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">...</span></span><br />
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"></span><br />
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">Bom, ADIANTE! No fundo, no fundo, os beges são umas "Marias vão com as outras". Ficam bem com o branco e também com o preto, reclamando-se da sua linhagem "CLÁSSICA", e tanto assim, que <strong>não há colecção de alta-costura que não tenha, pelo menos, um vestido de noite em "soie sauvage bege",</strong> umas sandálias beges com saltos de 20cm vermelhos à Louboutin, uma echarpe preta e bege...e por aí fora. Olha o Valentino, sim o costureiro italiano, o bege é a sua côr favorita! Então e o Armani, que conjuga bege e cinza na perfeição, já para não falar no Ralph e no Tierry Muggler com as suas mini-saias e calções de cóz alto, em bege e cornucópias brancas...afirma Lili do alto da sua imensa sabedoria de passerelle. </span><br />
<br />
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">- Tudo bem, diz Fafá, o peito alteado pelo silicone rígido, mas as</span>
</span><strong><span style="color: #e69138; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial;">pessoas beges</span></strong><span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"> <span style="color: #444444;">passam por ser pouco assertivas, ter pouca energia, baixa auto-estima e falta de
personalidade. Convivo com muitas e sei do que falo! </span></span><span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">Talvez por isso sejam conciliadoras por
natureza, dando excelentes diplomatas, frequentemente chamadas a pôr água fria
na refrega alheia, não vos parece?, questiona eriçada Bibá. </span><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">Têm opiniões sobre quase tudo, mas evitam expressá-las, pois
daí pode surgir uma incómoda discussão, e desta fogem a sete pés! Por isso desistem facilmente de defender as
suas convicções.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">- Interiorizam
demasiado situações vividas no quotidiano, e são dadas a momentos de profunda
tristeza, acrescenta Kiki, mas tudo isso é <strong>brutalmente compensado</strong> por uma sensibilidade extrema, direi mesmo, à flor da pele, <strong><span style="color: red;">e como boas empresárias da noite</span></strong>, a sua criatividade vive de frequentes picos...nocturnos! </span><br />
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"></span><br />
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">Desatam-se a rir em côro! <strong>Empresárias da noite?</strong> Só se for <strong>por se armarem em relações públicas de restaurantezecos de bairro?,</strong> afirma Perpétua esganiçando a voz para se fazer ouvir!</span><br />
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"></span><br />
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">- Olhe lá, menina, não invente, sim!, diz Bibá ácida. O que</span> <strong><span style="color: #e69138;">os beges são é almas penadas</span></strong> <span style="color: #444444;">que não têm onde cair mortas, e escudam-se atrás de uma pretensa veia poética que é acentuada pela</span> <span style="color: #990000;"><strong>copofonia </strong></span>- leia-se, <strong>melatonina -</strong> <span style="color: #444444;">qu</span></span><span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">e lhes provoca
frequentes crises de espertina, tudo para enfrentarem as longas noites de insónia, com as
cabeçinhas a rebentar de ideias mirabolantes.</span> </span><br />
<br />
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">Tirando partido da condição de anfitriã desta tertúlia de loucas varridas, tento pôr água na fervura: vá lá, temos que admitir que</span> <span style="color: #e69138;"><strong>os beges são Clarividentes</strong>!</span> <span style="color: #444444;">A</span></span><span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">ltas horas da madrugada, aproveitam o silêncio do lar para descarregarem a fúria das suas ideias tresloucadas, martelando nos teclados
dos pobres portáteis, quais pianos de onde escrevem crónicas mundanas totalmente desinteressantes... Dos seus dedos jorram, muitas vezes, versos depressivos e
pungentes de pura melancolia. Nem o FADO se lhes compara!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"></span><br />
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">Dou por mim a gesticular à "Maestro", e as oito cabeças ôcas viradas na minha direcção, demonstram espanto e comiseração: please my dear, diz Fafá de peitaça arfante, exercitando a sua pronúncia texana aprendida no mercado do Bulhão: give me a break!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">Continuo o meu comício feminista, defendendo</span> <span style="color: #e69138;"><strong><span style="color: #e69138;">os beges:</span> </strong></span>
<span style="color: #444444;">nessas noites, pujantes de força e determinação, </span></span><span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial;">os bejes</span><span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #e69138;">
</span><span style="color: #444444;">sentem-se</span><span style="color: #444444;"> prontos para enfrentar o mundo e para o mudar! Ah TRISTEZA, COMO
PODES SER TÃO BELA</span> <span style="color: #444444;">E INSPIRADORA!!!! </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">- Quem quer um chá de menta e canela?, pergunto conciliadora. Como ninguém se manifesta, parto do princípio generalizado que "quem cala consente", e chamo o mordomo para preparar o chá e trazer biscoitos de gengibre.</span><br />
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"></span><br />
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">Eis
senão quando chega a luz da aurora! Os primeiros raios de sol mostram
cruamente a volatilidade de tais ousadias. A força anímica da mole esvai-se e o sono finalmente acontece, e qual Sansão despojado da sua cabeleira,</span> </span><strong><span style="color: #e69138; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial;">os beges</span></strong><span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"> <span style="color: #444444;">perdem os assomos de
audácia e readquirem a lucidez. Riem-se então de si próprias e da veemência das
suas convicções inabaláveis, sacudindo tristezas e sofrimentos vividos intensamente, nessas horas recentes e
tormentosas.</span> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">É
dia finalmente e a PAZ É REPOSTA, e com ela regressa a impotente normalidade que chama à realidade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">Ouvem-se bocejos. Disserto: "um
dos problemas das</span> </span><strong><span style="color: #e69138; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial;">pessoas beges,</span></strong><span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">
<span style="color: #444444;">é terem uma total falta de confiança nas suas capacidades e por isso, ficam-se
pelas meias tintas, e como receiam expôr-se, </span><span style="color: #444444;">NÃO
OUSAM OUSAR! São capazes de rejeitar uma ideia brilhante, só pelo trabalhão que
dará expô-la a terceiros. Donde, mais vale arrumá-la no sótão do esquecimento..." </span></span><br />
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;"></span></span><br />
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">Realizo que já não me ouvem!</span></span><br />
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"></span><br />
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">- Pensando bem, diz Lili bocejando, arranja-se uma taça de vinho tinto em vez de chá? Preciso de acordar para voltar para casa! Aceno com a cabeça e continuo: e</span><span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">sta
é apenas uma das razões porque</span><span style="color: #b4b44b; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"> <strong><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="color: #f6b26b;">os </span><span style="color: #e69138;">beges</span></span></strong></span><span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #e69138;"> <strong>são</strong>
<strong>criativos frustrados</strong></span>, <span style="color: #444444;">que raramente acham que estão no caminho certo. Sabem que
têm potencial para muito mais, e têm imensas capacidades inatas que os poderiam
levar muito longe, mas falta-lhes O QUASE, e este PEQUENO NADA é um MUNDO DE
DIFERENÇA!<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">Óbviamente
estas</span> <strong><span style="color: #e69138;">pessoas beges</span></strong> <span style="color: #444444;">acabam por ser </span></span><span style="color: #444444;"><strong><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial;">eternas
apagadinhas</span></strong><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">. </span></span><br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">- Bom,
<strong>eternas é exagero!!!, </strong>responde Bibá num assomo de energia. Quando perante "condições propícias", têm arroubos
de audácia e de coragem e lá conseguem "dar um arzinho da sua graça",
ao ponto de se surpreenderem mais do que aos outros, do género: "bolas,
afinal também sou capaz de ser brilhante..." </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">Nada
que não se resolva, basta dar-lhes espaço, credibilidade e algum afecto para
que </span></span><strong><span style="color: #e69138; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: Arial;">os beges</span></strong><span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">
floresçam resplandescentes de energia e criatividade. </span><span style="color: #444444;">Poderão então revelar-se
em tons mais vivos e brilhantes, e haverá, com certeza, reflexos de muitas outras
cores, mas por mais que se pintem, <span style="color: red;">NUNCA SERÃO VERMELHOS!</span> </span></span><br />
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;"></span></span><br />
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">Desconheço a autora deste epílego, mas já pouco importa.</span></span><br />
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;"></span></span><br />
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">Acompanho as minhas convidadas ao portão, de onde partem nas suas viaturas acelerando a fundo, convictas de que assim afirmam a sua feminilidade viril, quais fémeas em busca de macho disponível. Enfim só, mais o Jarbas, que finalmente me serve o chá de menta com canela e bolachinhas light de gengibre. </span></span><br />
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;"></span></span><br />
<span style="color: #223a78; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">Uf, só as vejo daqui a uma semana! Agora que já dei cabo dos beges, apareça alguém que os reabilite.</span></span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Verdana;">BOA NÔTE!</span></div>
Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-91525332395149931582013-01-23T06:49:00.000-08:002014-05-08T14:14:04.801-07:00Guião de filme à Fellini<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc01HfpxJ5pDLPvu9-z-B-zRBtZuVPTKW7GC0tMPncMO-A8cIcAFKEnw_qRNQISd6nuDtPS5Bbu9coR0o4R9I9zLFONpv50giari6K4Lu5_7u49-SehpehU45-9cIYl_zS6ihXLTBXdqA/s1600/vidadecao2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc01HfpxJ5pDLPvu9-z-B-zRBtZuVPTKW7GC0tMPncMO-A8cIcAFKEnw_qRNQISd6nuDtPS5Bbu9coR0o4R9I9zLFONpv50giari6K4Lu5_7u49-SehpehU45-9cIYl_zS6ihXLTBXdqA/s320/vidadecao2.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<span style="color: #333399; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><strong>Vida de cão...moderninho</strong></span></div>
<br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">Imaginem
uma família feliz, que na véspera comemora o 16º aniversário da filha. Jantar
melhorado, tudo o que a princesa gosta, e à volta da mesa, Pai, Mãe, Filha e
Cadela regalam-se com um belo fondue e uma tarte fantástica de leite condensado à sobremesa (a receita não faz parte do Guião).<br />
<br />
A noite passa e amanhece um novo dia.<br />
O Pai está cansado e põe o despertador para 1 hora mais tarde do que o
habitual.<br />
A Filha levanta-se com as galinhas, às 07h da matina, vá-se lá saber porquê, já
que a escola fica a 5m e as aulas só começam às 8:20h.<br />
Depois de se arranjar, toda apinocada e vestida como se fosse verão, a Filha
vai à cozinha fingir que toma o pequeno-almoço. Aproveita e vê TV, uma série
qualquer para totós que estão acordados às 7:30h da matina a verem séries para
totós, como ela.
<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="color: #444444;"></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">Lá
fora chove. De repente, a Filha apercebe-se que são 7:50h! Poça, é tardíssimo
para sair para a escola. Como mal comeu, bora preparar um lanche para meio da
manhã, e cheia de pressa, para esperar ao frio e à chuva pelos amigos, entra de
rompante na cozinha.
Os gestos são bruscos, está desatinada. Pega na pera, volta-se para agarrar o
sumo e zás...entorna a panela de óleo do fondue. <o:p></o:p></span></span><br />
<span style="color: #444444;"></span><br />
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">Há
óleo por todo o lado! Quase parece bruxaria mas felizmente não se sujou.<br />
Vai à procura do rolo de papel mas...bolas, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>acabou. Vai à dispensa e saca os guardanapos
de papel, que espalha à balda por cima das poças e espirros de óleo, e esfrega
que esfrega para absorver. Leva 5m nesta operação de "limpeza relâmpago".
</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">Olha para o relógio e pensa: já chega, ninguém vai dar por nada. Pensando bem,
como o chão está um bocadito escorregadio, vou deixar um bilhete à Mãe. Talvez
na casa de banho porque assim, quando se levantar, vê logo a mensagem:"Mãe,
entornei o óleo do fondue mas já limpei. Bjo." </span></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;"></span></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;"></span></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;"><span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">A Filha sai para a escola enervada mas o ar frio acalma-a. </span><span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><o:p> </o:p></span></span></span><br />
</div>
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"><span style="color: #444444;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">Em casa, a cadela acorda com sede e uma pontinha de fome.
Levanta-se da cama, olha para os donos e vê que ainda dormem. Não faz mal,
pensa para consigo, vou beber água e também já volto para a minha caminha
quentinha. </span><br />
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">Entra na cozinha e...snif, snif! Que é isto, o chão está
escorregadio...mas cheira bem! Vê uma pocinha de uma coisa que parece
água...será? Não será? Água não é com certeza, mas nada como experimentar. E lá
vai ela, lambendo as pocinhas que encontra à volta do fogão. Quando acaba o
servicinho de limpeza, suspira: uuhhhmmm, que pena, era saboroso. Mas ainda bem
que acabou porque já estava a ficar enjoada. Nada como umas trincas na ração e
uns golos de água pura. E agora, caminha aí vou eu!<br />
<br />
Toca o despertador às 08h e o Pai levanta-se a resmungar: tou podre de sono,
dormia mais um bocadinho, mas a maldita reunião das 09h...Em passo acelerado
mas trôpego, dirige-se para a cozinha para ligar o esquentador. Espreita a sala
e pensa: a miúda já deu de frosques. Gostava de ser mosca para saber qual é a
pressa. Dá 2 passos na direção da cozinha, decidido a despachar-se rapidinho, e
catrapum, foge-lhe o chão por baixo dos pés, uma perna para cada lado, procura
apoio na parede e cai de costas batendo com a cabeça no chão. Geme, geme e
pragueja.<br />
<br />
A Mãe dormita, quentinha mas ouve a resmunguice e pensa: bolas, tão cedo e já a
refilar! Vira-se para o outro lado, com um sorrisinho ao canto dos lábios:
vantagens do desemprego, poder dormir até mais tarde. Tem pena do marido e da
filha mas é a vidinha, e tempos houve, anos a fio, em que era a 1ª a saltar da
cama.<br />
<br />
Acorda estremunhada. Alguém lhe toca no ombro e diz: entornaste óleo ontem à
noite? Eu? Claro que não! Pois então a filha fez das dela e para não variar,
fingiu que limpou. Dei um malho que me ia partindo todo! Aflita, pergunta:
magoaste-te? Sim, mas já passou. Sou rijo!<br />
<br />
Ela suspira e diz: ok, já me levanto e lavo o chão com água a ferver e
detergente. Deixa estar, diz ele. Tem tempo. É o que ela quer ouvir e volta-se
para o outro lado a pensar: diabo da miúda, nem com 16 anos deixa de fazer
disparates. Logo conversamos.<br />
<br />
O Pai sai, depois de tomar o pequeno-almoço.<br />
<br />
A Mãe acorda de súbito com um ruído esquisito: que raio é isto? Olha à volta e
vê a cadela ao lado da cama a tremer. Bichinha, que se passa? A cadela vomita e
ela grita: NÃO, AQUI NÃO! Salta da cama, agarra na bicha pela coleira e leva-a
para a cozinha....e sem tempo para reagir, sente o chão a escorregar e
estatela-se no meio da cozinha, arrastando a cadela consigo. Esta </span><span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">geme e vomita de novo. A Mãe assusta-se e diz: espera,
bichinha, vamos beber água. Estás mal disposta? Bebe água que passa. Mas quanto
mais água bebe, mais vomita e não passa!</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">
<br />
No veterinário o diagnóstico é simples: a cadela comeu óleo em excesso que lhe
fez mal. Há que purgar, fazer uma lavagem ao estômago... Jesus Cristo e agora? </span><br />
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;"></span><br />
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">
2 horas depois, de regresso a casa, a cadela acalmou, e a Mãe limpa finalmente
o chão com água a ferver e detergente. Duas, três vezes porque não há meio de
fazer desaparecer a gordura, que resiste, qual fina camada protectora,
indiferente à utilidade da mesma. </span><br />
<br />
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">18h, a Filha chega a casa e pergunta de imediato: Mãe, viu o meu
bilhete desta manhã, sobre o óleo do fondue? A Mãe faz um trejeito irónico e
responde: eu não, mas parece que o Pai viu! A Filha olha-a intrigada, e
súbitamente pálida pergunta: e então? Então nada, responde a Mãe, pergunta ao
teu Pai quando ele chegar! </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: #444444; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;">A Filha suspira: ok, já sei que vou ouvir das boas! Vai ter com a cadela, agarra-se a ela e diz pesarosa: minha bichinha, ninguém me compreende como tu! Dá beijinho à tua mana, dá! </span></div>
</span><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-34525154839535542392012-12-08T10:26:00.034-08:002021-11-29T07:57:08.779-08:00Os condenados de Shawshank <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9yAqqK7EoDkCCY5Sd21zxGRNSPrLmh_e1A5NnTfnMeEeL7QRjTT9xTli20ZtzbqziXSq_i5qd8aF4sGQ5O-X7AIkau_oSooAwkdukfFsceQvyIvOEqVlQY6NqrH2lKp6cBqPKRZxUxbI/s1600/The_Shawshank_Redemption.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9yAqqK7EoDkCCY5Sd21zxGRNSPrLmh_e1A5NnTfnMeEeL7QRjTT9xTli20ZtzbqziXSq_i5qd8aF4sGQ5O-X7AIkau_oSooAwkdukfFsceQvyIvOEqVlQY6NqrH2lKp6cBqPKRZxUxbI/s1600/The_Shawshank_Redemption.jpg" /></a></div>
<div align="center">
<span face="Verdana, sans-serif" style="font-size: x-small;"></span> </div>
<div align="center">
<b><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">A institucionalização do desalento</span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></b></div>
<div style="text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span face="Verdana, sans-serif"></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;"><span style="color: #444444;">Revi,
talvez pela 5ª vez, </span><a href="http://cine7.blogspot.pt/2005/04/os-condenados-de-shawshank.html"><span style="color: #444444;">Os condenados de Shawshank</span></a><span style="color: #444444;">, um filme
absolutamente notável, cujo argumento de Stephen King é magistralmente
representado por Morgan Freeman e Tim Robbins. Não pretendo fazer aqui o resumo
da história, pois penso que esta é sobejamente conhecida. É-me mais importante
refletir sobre a mensagem, nada simples mas extremamente humana, que mexeu
comigo de forma profunda e que acredito, em tempos tão conturbados como os que
atravessamos, o seu conteúdo adquire uma actualidade inegável e premente. </span></span></span></div>
<div style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span><span style="color: #444444;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="color: #444444;"><span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;">Nada deve
ser mais violento, para um ser humano, do que ser confrontado com a morte eminente, seja por que razão fôr. Mas o que dizer de alguém condenado a prisão
perpétua, toda uma vida de reclusão, confinado ao mesmo espaço, as mesmas
rotinas dia após dia, mês após mês, até se perder a noção dos anos, do tempo? </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: #444444; font-size: 9pt; line-height: 115%;">Em ambas as situações, a
do condenado à morte ou a do condenado à prisão perpétua, haverá algo de mais
terrível do que a perda da ESPERANÇA? </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: #444444; font-size: 9pt; line-height: 115%;">Se há filme que aborda a
condição humana nas suas várias vertentes, este é, sem dúvida um dos mais
soberbos, e não sendo eminentemente violento, retrata, porém, a violência na
sua forma mais crua. Mostra-nos a violência dos maus tratos físicos, sejam eles
infligidos pelos guardas prisionais em práticas quotidianas de abuso de poder,
sejam eles infligidos por alguns presos sobre outros, através de actos de violação
e sodomia, também eles em busca de afirmação, através da suprema
humilhação do outro; mostra-nos a violência dos maus tratos psicológicos, cuja
dor e consequências são quantas vezes mais profundas, mais nefastas e mais
imprevisíveis do que as primeiras. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: #444444; font-size: 9pt; line-height: 115%;">Este é um filme que trata
do teste dos limites do ser humano, que mostra até que ponto podemos ser
reduzidos à condição mínima de dignidade, forçados a descermos ao inferno da
absoluta descrença em nós próprios, e da nossa aparente incapacidade de alterarmos determinadas
situações. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: #444444; font-size: 9pt; line-height: 115%;">Red (Morgan Freeman), diz
a certa altura, que no início da clausura se odeiam as paredes da prisão, após
uns tempos, habituam-se e adaptam-se a elas e, por fim, acabam
"institucionalizados", ao ponto de, após 40 anos de prisão, preferirem
aí continuar a saírem em liberdade, porque a prisão é a única realidade que
conhecem, é o mundo que dominam e onde são reconhecidos e aceites, por
comparação com o mundo exterior, realidade que lhes escapou e em relacção à
qual se sentem perdidos, assustados, verdadeiros outsiders. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: #444444; font-size: 9pt; line-height: 115%;">Aqui só sobreviveu o mais
forte, o que conseguiu guardar para si e alimentar uma réstia de ESPERANÇA, de
SONHO, resistindo essa INSTITUCIONALIZAÇÃO. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: #444444; font-size: 9pt; line-height: 115%;">Por comparação, assim estamos, hoje, aos
milhares, dependentes de uma realidade política, económica e social que nos
reduziu a prisioneiros dentro de um sistema falido, do qual descremos em
absoluto mas que persistimos em seguir, por alegada falta de alternativa. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: #444444; font-size: 9pt; line-height: 115%;">A imensa maioria deste
povo a que pertenço descrê da capacidade de mudança, e como se condenado a
prisão perpétua, alimenta-se de uma desesperança contante, institucionalizada
por décadas de aceitação deste "status quo" que lhe tolhe os
movimentos e, sobretudo, o intelecto. Alguns, poucos, continuam a demonstrar
uma capacidade de resiliência que lhes permite ir mais longe, sonham com a
liberdade de se reinventarem e de fazerem diferente. Ganham coragem e
aventuram-se pelo desconhecido, partindo as grilhetas do convencional e da
comodidade instalada, fugindo à auto-comiseração. São excepção
à regra da conformidade. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: #444444; font-size: 9pt; line-height: 115%;">Assistimos, porém, à
evasão dos mais novos, uma geração de afoitos com pouco mais de 20 anos, que
goza desse capital de liberdade que resulta de não carregarem o peso de um
passado de vivências feitas e, que por isso, se recusam a aceitar o desalento
e a rendição. Não estão comprometidos com o futuro porque ainda não agiram
sobre o presente, e <strong>detêm, felizmente, essa (in)suportável arrogância de
acreditarem que podem e devem fazer diferente</strong>. Nestes, a Esperança ainda não é
uma palavra oca e mítica, é sim o combustível que os move adiante. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: #444444; font-size: 9pt; line-height: 115%;">Libertos do ambiente
depressivo aqui instalado, farão, provavelmente, muito diferente, algures.
Motivados pela força do sonho e da esperança, realizarão em terra alheia os
feitos que outros lhes permitirem, comprovando, uma vez mais que, para além do
engenho e da arte que todos possuímos, o que nos move é a indizível força da
vontade de vencer e de nos superarmos. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: #444444; font-size: 9pt; line-height: 115%;">Esta tem sido a história
frequente da diáspora lusitana, a de sermos capazes de ir mais além, de
transcendermos o miserabilismo quotidiano aparentemente impregnado nos genes
nacionais, de sermos tão bons e até melhores do que os outros, em ambientes desconhecidos,
quantas vezes hostis ou nem sempre propícios. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: #444444; font-size: 9pt; line-height: 115%;">Donde fica a pergunta: <b>se
vencemos em terra alheia, porque não o conseguimos aqui?</b> Porque é que em casa
própria e senhores de condições mais do que favoráveis, nos auto convencemos da
impossibilidade de nos libertarmos do quadro desta prisão mental, que nos
institucionaliza os gestos, nos vence a vontade, nos limita a liberdade de
agirmos positivamente?</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span face=""Verdana","sans-serif"" style="color: #444444; font-size: 9pt; line-height: 115%;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">Alguém me ajude a encontrar respostas a estas perguntas que todos fazemos, diariamente.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">A gerência agradece!</div></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;"> </span></div>
<div align="center" style="text-align: center;">
</div>
Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-15664137119670231552012-12-04T08:00:00.001-08:002012-12-06T09:00:29.722-08:00Eu e os Outros: o vermelho<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZZK6BIK8grL9waSvl_r6vr651Nye_IoQaRwPbA0VI_vO9I_FwHfjSQZMg4SJx06UkomBUHmGD871vUMnShkda7Qk3spxZ8npygd1CUB_o1vktUsF4QdBZeL0XY_slO3485Jv4QtM-2CU/s1600/nicole2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="149" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZZK6BIK8grL9waSvl_r6vr651Nye_IoQaRwPbA0VI_vO9I_FwHfjSQZMg4SJx06UkomBUHmGD871vUMnShkda7Qk3spxZ8npygd1CUB_o1vktUsF4QdBZeL0XY_slO3485Jv4QtM-2CU/s200/nicole2.jpg" width="200" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><strong>O Vermelho</strong> </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Nunca vos aconteceu, ao observarem determinadas
pessoas, perceberem que elas emitem uma determinada luz e que esta está
impregnada por uma côr ou por um tom específico e predominante?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><br />
Não? Então explico melhor esta ideia. </span><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Vivo, tal como quase toda a gente, rodeada por várias
pessoas que no meu quotidiano desempenham diferentes papeis, e que de alguma
forma contribuem, em maior ou em menor grau, para o meu equilíbrio e bem estar.
Porém, algumas há que têm o condão especial de nos marcar, de nos influenciar, e
até de nos mudar, de uma forma que muitas vezes só é percebida à posteriori. <br />
<br />
Quando penso nelas, percebo que não importa tanto assim a duração do
relacionamento estabelecido, mas sobretudo a intensidade do mesmo.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Essas pessoas que deixam ou deixaram uma marca
indelével na minha vida, são lidas através dessa côr predominante por mim
percebida. Óbviamente esta minha avaliação é uma leitura subjectiva do outro, e
a intenção, não é qualificá-las como melhores ou piores umas em relacção às
outras. A descodificação do outro pela côr, só me ajuda, no fundo, a
perceber-me melhor.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Nesta lógica muito própria, há "pessoas
vermelhas", "pessoas azuis", "pessoas douradas" e até
"pessoas beges", e a cada uma corresponde, uma propriedade de
carácter: umas são "encandeantes"; outras são "iluminadas";
outras são "luminosas" e ainda há as que são, supostamente, "apagadinhas". </span> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Hoje, destaco as "<span style="color: red;">pessoas vermelhas</span>" pela
força que a sua presença exerce na minha vida, e porque aparentemente as
atraio!. No rol das minhas relacões mais próximas são predominantes e
incontornáveis pela influência que sobre mim exercem, e representam o extremo
desta minha escala de cores.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Estas "pessoas vermelhas" são donas de uma
personalidade fortíssima, têm uma natureza dominadora e delas emana uma luz intensa,
de tal forma, que quando estão presentes numa sala ofuscam todas as outras. De
convicções inabaláveis e vontade férrea, acreditam que as suas razões devem,
evidentemente, prevalecer, e sobrepor-se às dos outros.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Prescientes e muito inteligentes, são quase sempre
voluntariosas, dinâmicas e extremamente criativas. São pessoas que fazem as
coisas acontecer, empurram o mundo com a força da sua vontade e mudam-no,
porque ousam o impensavel. Lutam sem descanso por aquilo em que acreditam, e
têm a desarmante capacidade de transformar a adversidade em oportunidades.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Normalmente são líderes e "comerciais de
gabarito", porque senhoras de um imenso poder de convencimento e de
sedução. Conscientes disso mesmo, usam a sua luz ofuscante para atrair os
incautos que se deixam "enfeitiçar" pelo tremendo sex-appeal que
emana desse perfume inebriante que o poder confere!<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Tudo nelas parece acontecer com facilidade, como que
por magia. Óbviamente estas pessoas são "encandeantes"!<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Mas nem tudo são vantagens nesta côr! As pessoas
vermelhas são normalmente muito absorventes, fruto da constante necessidade de
protagonismo, de terem que ser sempre as raínhas da festa, e como adoram
ouvir-se, quando falam, mais ninguém pode falar. Têm a sensibilidade à flôr da
pele, e quando postas em causa, fervem em pouca água, dando azo a pequenos
conflitos porque, sob pressão, dizem o que lhes dá na telha, sem medirem as
consequências. Depois arrependem-se, mas já o caldo entornou!<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">São muito pouco pacientes para com "os menos
dotados criativamente", e quando "chefes", saiem-se com pequenas
pérolas como esta, "não te pago para pensares, mas sim para
executares..." <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">São pessoas fabulosas, positivas, transbordantes de
vida, que admiro e adoro, mas confesso, que muitas vezes, a sua constante
agitação é enervante, e estar muito tempo perto delas é extenuante!<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Há que fazer pausas nestes relacionamentos para que
possam ser duradouros. Se o convívio com elas tiver que ser diário, a atitude
mais inteligente, e quantas vezes a única solução, reside em relativizar a
importância das suas opiniões, atitudes e decisões, minimizando assim o impacto
das mesmas.<br />
<strong>Be cool to be happy!<o:p></o:p></strong></span></div>
Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-19640878904640947072012-11-25T10:36:00.005-08:002021-03-21T18:15:13.959-07:00Horizontes da memória<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></span><br />
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">“Porque é frágil a memória dos homens e, para que com o
tempo, não caiam no esquecimento os feitos dos mortais, nasceu o remédio da
escrita, para que, por meio dele, os factos passados se conservem como
presentes para o futuro.” In Arenga de 1260 (Viseu, arquivo do museu Grão
Vasco, PERG/08).</span><br />
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
100 </span>anos separam a data de
nascimento da minha Avó materna (1906), da data de falecimento da minha Mãe (2005).
</span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Parecem longos estes 100 anos, uma imensidão de tempo que se esbate nos confins da memória, sobretudo quando realizamos
que dentro deles couberam 5 gerações de mulheres da mesma família: a da minha Bisavó,
da minha Avó, da minha Mãe, a minha e da minha filha de 24 anos. Desta sequência de vidas interligadas pelo sangue, 3 delas, a mais velha e as 2
mais novas nunca se conheceram. Da trisavó e da bisavó, a minha
filha só conhece as fotografias penduradas na parede ao fundo da sala, e dos seus
nomes, Germana e Esther, tem dificuldade em lembrar-se! São-nos tão próximas, e porém, é já tão ténue a memória das suas existências!</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Cabe-me a mim essa tarefa, que levo a cabo com prazer, de refazer os passos dos caminhos percorridos pelos meus "egrégios avós", ao longo da sua passagem tão efémera quanto pródiga por este mundo. Tenho um especial carinho pelas bravas mulheres da família, nomeadamente pela da minha bisavó de quem sempre ouvi falar - senhora augusta, mãe de 8 filhos, totalmente
dedicada <a href="http://arepublicano.blogspot.pt/2010/04/fernando-augusto-freiria.html">ao marido, oficial superior do Exército Português</a>, que acompanhou
sempre pelos caminhos do exílio entre 1926 e 1940, por S. Tomé, Madeira e Cabo Verde. </span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Em miúda fascinava-me ouvir as
histórias da família, contadas pela minha Avó e minha Mãe, quando se juntavam em tardes de amena cavaqueira. Ficava horas esquecida a ouvi-las falar de
familiares distantes que eu nunca tinha visto, de lugares e ambientes que me
pareciam absolutamente fantásticos, como Cabo Verde, Moçambique, da Metrópole/Lisboa
e do Brasil, porque ficavam longe, muito longe, e porque essas narrativas se
referiam a cenas ou acontecimentos que se tinham passado muito antes de
eu nascer. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Para estas duas senhoras, a família
importava mais que tudo o resto e, mesmo quando tios e primos eram afastados,
em 5º ou 6º grau, eram sempre parentes próximos. Estando a família espalhada
pelos quatro cantos do império Português, a saudade dos entes queridos era
ainda mais marcada pelas enormes distâncias, em que a ausência se traduzia
quantas vezes em vários anos. </span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Falar da família era mais do que relembrá-la,
era um exercício de reaproximação que atenuava as saudades, e de renovação dos
laços que os uniam. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Boas conversadoras e melhores
contadoras de histórias, mãe e filha entravam entusiasmadas nesse reino maravilhoso
das histórias da família e, à desgarrada, iam saltando de cena em cena, num
ritmo desenfreado de palavras coloridas e risos frescos, como duas adolescentes
empolgadas pela troca de confidências engraçadas e inconsequentes. Os episódios
sucediam-se em catadupa, qual meada sem fim, de “lembras-te da Mariazinha e daquele jantar em casa
da…e da Clotilde, gorducha e desajeitada no aniversário do…, e do Fernando com a mania
de espetar os dedos nos bolos, só para irritar a Tia Maria”… <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Sentia-me a viver num filme, tendo o
privilégio de assistir à realização do mesmo. Personagens exóticos desfilavam
perante os meus olhos de criança, imaginava-lhes os rostos, as roupas,
adivinhava-lhes os gestos, ouvia-lhes as vozes, percebia as tramas
das suas vidas, apenas pelo poder das palavras ditas por aquelas duas mulheres,
que teimavam em não deixar esquecer quem mais amavam. Era mágico!<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Ouvia-as calada, embasbacada,
maravilhada, e só interrompia o meu silêncio quando, por breves momentos,
paravam a conversa para retomarem o fôlego. Invariavelmente, suplicava-lhes
ansiosa, “e mais, Mãe, conte mais!”<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Hoje, esses momentos deliciosos de êxtase
narrativo têm um valor inestimável por várias razões: porque são um património
valioso da memória da minha infância feliz passada em Angola, porque foi
através delas que aprendi a dar valor à família, a estimar os antepassados, a
querer preservar as nossas raízes, dando sentido à vida dos que já cá não estão. </span><br />
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"></span><br />
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Ambas já partiram, e como não posso, infelizmente,
contar mais com a presença destas duas mulheres maravilhosas, sinto-me feliz pelo privilégio de
ter feito parte das suas vidas, e por ser o seu legado, que transmito, com
prazer, à minha filha. </span></div>
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><div style="text-align: justify;">
<span face="Verdana, sans-serif"> </span></div>
<span face="Verdana, sans-serif"><div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt;">Ao
preservar a memória dos meus antepassados, tento transmitir à minha filha e
aos meus sobrinhos uma identidade familiar, na esperança de que ao
alargar-lhes os horizontes através destas memórias, retirem ensinamentos positivos
que lhes sirvam para a sua vida futura. Falar-lhes da família e de quem mais amamos tem cada vez
maior importância, sobretudo numa época tão conturbada em que se diluem as certezas mais arreigadas do presente,
e o futuro se afigura tão opaco e complicado. </span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt;">Ao passarmos o testemunho aos nossos filhos, certifiquemo-nos que sabem que a
família é a razão de sermos, é berço, é </span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt;">apoio, é o primeiro e o último reduto, e por isso, não pode cair no esquecimento!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt;"></span> </div>
<div style="text-align: center;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt;"></span><br /></div>
</span><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><strong>Só existimos enquanto vivermos na memória de alguém e enquanto esse alguém falar de nós.</strong></span></span></div>
</span><br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKRXUKmUWmvRgHSW-XFkLmsiY5SpDU6ELUkKUk-aFPTMz78AqHnDvVcS5ekK8v-5CROvt7mYENTp7YO4oZW_7QKfOCSI7uFpripttlMwGFpf6TEsrParq5okDR6_pMK4Yt0CS_3uGSTqU/s1600/Mae_CVerde_1935_2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKRXUKmUWmvRgHSW-XFkLmsiY5SpDU6ELUkKUk-aFPTMz78AqHnDvVcS5ekK8v-5CROvt7mYENTp7YO4oZW_7QKfOCSI7uFpripttlMwGFpf6TEsrParq5okDR6_pMK4Yt0CS_3uGSTqU/s320/Mae_CVerde_1935_2.jpg" width="212" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 8pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Ilha do Fogo, Cabo Verde, Outubro de 1935: Bisavô Fernando
Freiria, Avô Gil Sacramento Monteiro, Avó
Esther com a minha Mãe, Marta, ao colo e Bisavó Germana.</span><span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"> <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span><br />
<div align="left" class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""Verdana","sans-serif"" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p></o:p></span> </div>
Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6469494408788223344.post-16084740890928842512012-11-12T10:43:00.005-08:002021-01-31T18:01:06.884-08:00Quem somos ou "The bigger picture"<span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;">Quando olho para o meu percurso de vida e me pergunto
“Quem sou realmente”, irrita-me que a resposta derive, quase sempre, para o que
fiz / faço em termos profissionais. </span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;">Sermos aquilo que fazemos, implica que nos reconheçam,
infalivelmente, como bem ou mal sucedidos. De preferência, BEM SUCEDIDOS, caso
contrário passamos a "não entidades", e não há Curriculum Vitae que
nos valha. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;">Se reduzimos o Ser áquilo que fazemos profissionalmente,
ficamos presos a um Conteúdo que nos limita a Forma. Ironicamente, é o monge
que faz o hábito, e não o inverso, e pouca folga nos é deixada para podermos
mudar rapidamente! </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;">Então o que acontece quando, por força das
circunstâncias, deixamos de fazer o que fizemos durante anos, e somos mesmo
obrigados a mudar? </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;">Simples! A FORMA QUE NOS ENFORMA, DESFORMATA! </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;"><a href="http://www.catedraagostinhodasilva.unb.br/index.php?option=com_content&view=article&id=7&Itemid=9">Agostinho da Silva</a> dizia, </span>criticamente, que
tanto nos esforçamos pela especialização que perdemos a capacidade de fazermos
muitas coisas diferentes, e, como resultado, perdemos progressivamente a visão
de conjunto do que somos: diversos, múltiplos em recursos, criativos, contradictórios.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;">Resumindo, a especialização, sobretudo profissional,
faz-nos perder o norte ou, se preferirmos, a noção de conjunto, “the Bigger
Picture”, porque nos focámos demasiado tempo no mesmo ponto. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;"></span><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;">Aproveitando então as circunstâncias, há que mudar o
rumo do percurso e assumir a mudança como necessária, vital, como factor de
sobrevivência. Fácil dizer! Porém porque me é tão difícil reorientar-me, melhor,
reprogramar-me? </span><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;">Admiro quem se reinventa constantemente, quem se livra
rapidamente da pele antiga e veste a nova, qual camaleão em total sintonia com
o meio que o rodeia. Admiro a capacidade de desapego, a adesão fácil a novos
paradigmas e novos ritmos, sem crises de identidade, sem dor ou receio.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;">Parece-me que caí na conversa frouxa de "velho do
Restelo", de "cota" que resiste à mudança, porque esta implica
sair da sua zona de conforto! É mais fácil carpir e chover no molhado do que
virar a esquina de vez! Mas não é o caso. Disparo em várias direcções, numa
procura incansável e solitária de um novo rumo. Dou comigo amiúde em becos sem
saída e muitas vezes, quase por vício ou por necessidade de falsa segurança,
ainda tento o rumo antigo. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;"><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;">A incerteza domina-me de novo: Quem sou? Do caminho pela frente a percorrer, pergunto-me: para onde vou então?</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh2dX25MDCfKWTyb08EUbtjqnrlxrjs9tfyyL-H6WoaBjEXv48cZ9-6Ser278K4VpwAWVeX3OyA-uO_Bz8_5lSeytZVdVEHDr7P4VKgihbS1ERMg96vCsGjqPx5QfhqrVlruA537i4vSo/s1600/Tatideserto1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="216" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh2dX25MDCfKWTyb08EUbtjqnrlxrjs9tfyyL-H6WoaBjEXv48cZ9-6Ser278K4VpwAWVeX3OyA-uO_Bz8_5lSeytZVdVEHDr7P4VKgihbS1ERMg96vCsGjqPx5QfhqrVlruA537i4vSo/s320/Tatideserto1.jpg" width="320" /></a></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 8pt; line-height: 115%;">“ Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas
usadas – que já têm a forma do nosso corpo – e esquecer os nossos caminhos que
nos levam sempre aos mesmos lugares…</span><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 9pt; line-height: 115%;"> </span><span face=""verdana" , "sans-serif"" style="font-size: 8pt; line-height: 115%;">É o
tempo da travessia e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado para sempre à margem
de nós mesmos.” (Fernando Pessoa)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "times new roman"; font-size: small;">
</span><span style="color: #333399; font-size: 10pt;"><span style="color: black;"><span style="background-color: #f4cccc;"><span style="font-size: small;">
</span></span></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
Dançando à chuvahttp://www.blogger.com/profile/01076460464632266028noreply@blogger.com1