sexta-feira, 9 de maio de 2014

Filhos de um Deus Maior!



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É hoje o Dia da Mãe!
Uma festa para muitas! Pela presença, pela crença, pela alegria e alento, pela esperança.
Uma dor para outras! Pela ausência e saudade imensa, pela descrença, pela desesperança, pelo abandono e pela indiferença, por tantas razões de desalento!
Ter filhos, fazer filhos parece simples e corriqueiro: uma mulher e um homem unidos por um acto sexual, no momento certo de uma ovulação. E, já está! Será assim tão simples e tão corriqueiro? Então porque há quem não os tenha, por mais que tente? E porque há quem os tenha, por mais que não queira, e outras há que deles se desfazem, em gestos (só) aparentemente ligeiros, desapegados e inconsequentes?
Nascer, e Morrer são os momentos mais íntimos e solitários de um ser humano. Nascemos por vontade alheia e Morreremos, SEMPRE, contra a nossa vontade, todos unidos por este destino comum – até ver!  Mas Dar Vida é o ÚNICO ACTO EM QUE PODEMOS INTERCEDER OU NÃO e É PARA SEMPRE! IRREVOGAVEL!
Ao contrário de todas as outras espécies, desse acto, seja por acaso ou fruto de uma vontade explícita, temos consciência e, se não dele, das suas consequências. Dar vida é o nosso mais puro acto de egoísmo, seja qual for a justificação - impelidos pelos insondáveis desígnios da continuação da espécie, que nos estão gravados no ADN, pela vontade inconformada de prolongarmos o ser, de deixarmos aos vindouros a nossa marca e o testemunho de que por aqui passámos ou ainda, por amor ao parceiro.
E porém, ter um filho ou filhos é, são, mais do que genes que se fundem, dividem e multiplicam, ADN que se partilha e repercute! Filhos, são, TÊM QUE SER, fruto de mais do que uma simples “queca” que se dá e pronto, venha o que vier desde que saudável! E se não o for?
Filhos são, serão sempre, filhos! Saudáveis ou não, com 10 dedos certos nos pés e nas mãos, com Sindroma disto ou daquilo, génios hiperactivos, calmos, passivos, deprimidos, violentos, drogados ou, até felizes.
Quando olhamos para eles, recém-nascidos ou ao longo dos primeiros anos de vida, seres totalmente dependentes de nós, é impossível não realizarmos que são matéria plástica, que podemos moldá-los e condicioná-los a nosso belo prazer. Um filho pode ser muito do que fizermos e do que quisermos - salvo as excepções de doenças graves, congénitas ou adquiridas que não controlamos. Amamo-lo ou não, educamo-lo ou não mas, fruto destas variáveis, INFLUENCIAMO-LO em cada dia, paulatinamente, de forma indelével e duradoura.
Se projectarmos o seu futuro, ele será sempre, não no todo, mas em grande parte, fruto da nossa influência ou da nossa ausência, da tolerância ou da intransigência, do aconchego ou do abandono, do nosso amor ou desamor.
Mas para uma Mãe, para a maioria das Mães, um filho, seja único ou sejam vários, é sempre um filho ÚNICO, IRREPLICÁVEL,  INSUBSTITUÍVEL! Percebê-mo-lo? Se Somos ou Fomos Mães, percebemos.
A vida de uma Mulher é uma até ao dia em que é Mãe. A partir daí quase tudo muda: a vida passa a ser vista, planeada, sentida e pressentida, em suma, vivida de forma diversa. Tudo se transforma. Até ao fim dos seus dias, o filho condicionará o seu comportamento, as suas sensibilidades, as suas alegrias e preocupações, desejos, temores e esperanças. Nunca a sua vida voltará a ser, aos seus olhos, à flor da pele ou no seu intimo, igual ao antes daquela vida existir.
Tenha a idade que tiver, constitua família ou não, emigre para o extremo oposto do planeta, UM FILHO SERÁ SEMPRE UM FILHO. Umas lidarão melhor do que outras com a progressão do tempo, com a aceitação do crescimento, com a noção de posse e a reaprendizagem do desapego, com a liberdade e com a necessidade de libertação progressiva, com a responsabilidade e o medo da perda, com a crescente capacidade de partilha com terceiros... OU NÃO, arcando e sofrendo com as consequências dessas variáveis e dessas escolhas.
Mais do que ser Mãe, SENTIR-SE MÃE é algo visceral, latente e permanente. Manifeste-se cedo, ou mais tarde, seja-se nova e imatura, adulta e independente, madura e experiente, o elo é quase sempre para a vida, indizível.
SER Mãe é transcendência, e NÃO O SER, É AUSÊNCIA! SER MÃE PARECE BANAL, condição de SER NORMAL, porque faz parte de SER MULHER! E porém, há mulheres que não se sentem mães; e há Mães que se esqueceram de serem mulheres; e há MULHERES que por mais que o queiram, por mais que o tentem, não foram mães; outras há, que não geraram vida dentro dos seus corpos, mas SÃO MÃES DE CORAÇÃO!
Pelo que sou hoje, por tantas outras Mulheres que conheço, e mesmo pelas que desconheço mas que pressinto, vislumbro ou apenas imagino, sei, dentro de mim, que SER MÃE É O SUPREMO ACTO DE CRIAÇÃO!
Por tudo isto, quando uma Mulher perde um filho, mesmo que tenha outros, aquela perda é irrevogável, insubstituível, irreparável, arrasadora.
Hoje não tenho dúvidas: um filho é uma ABSOLUTA DÁDIVA! Um filho é esse ser que gerámos ou criámos, que nos transcende e que nos supera, que supostamente nos resistirá e nos prolongará. E seja ela/ele quem for, se existe um Deus, qualquer filho natural ou adoptado, é, será sempre, FILHO DE UM DEUS MAIOR!

4 comentários:

  1. Belo texto! Na minha opinião, fazer um filho é fácil! Dar-lhe educação, ver o que é certo ou o que é errado, isso é que já não é para qualquer um! Educar um filho/a dá trabalho! E alguns pais não se estão para chatear! De resto veja-se as crianças de hoje em dia: quantas brincam na rua? Quantas é que não são viciadas em jogos de Playstation?

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  2. Muitíssimo interessante! Uma introspecção e revelação de conhecimentos e sentimentos. É a importância de partilhar com a sociedade. Um texto partilhado para quem é mãe ou pai, ou não! Imprescindível!

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