sábado, 13 de março de 2021

Se amanhã eu não estiver cá…

 

 

Se amanhã eu não estiver cá…


"Há dias em que não me é fácil saber que não chego para as encomendas, em que me questiono ser a mãe que precisas, em que fico com os nervos em franja e não tenho a calma suficiente para falar contigo, e fazer-te entender que apenas quero o melhor para ti. Que o teu bem é a minha maior felicidade e o motivo pelo qual eu vivo.

Às vezes, olho para ti e perco-me em pensamentos de como será que vês o mundo, e como encaixarás nele ao longo da tua vida. Não consigo evitar pensar na minha mãe, que me conhecia tão bem e que pressentia o tipo de mãe que um dia eu seria. Também ela, certamente, pensou vezes sem conta no meu futuro e no dos meus irmãos, principalmente quando soube que não iria estar aqui para nos acompanhar e fazer parte dele.

Filha, se amanhã eu não estiver, não quero saber se dobras o pijama ou se andas descalça no chão frio! Quero apenas saber que escolhes o caminho do bem, que respeitas as escolhas dos outros e não deixas que desrespeitem as tuas. Aceita as partidas da vida como experiências que te enriquecem, e ainda que chores, não te prendas a elas.

Voa o mais alto que possas lá fora mas, acima de tudo, voa dentro de ti. 
Encontra o silêncio da respiração e aprende a estar sozinha, porque é aí que a maior parte das respostas residem. Em ti.

Não optes pelo fácil só porque é fácil. Aquilo que fizeres, faz com dedicação e com amor, e ainda que por vezes pareça o contrário, a recompensa virá.

Ajuda quem podes e não fiques à espera que te ajudem, mas também não recuses a ajuda quando ela chegar. Fica atenta, porque há sempre alguém por perto merecedor do teu amor mas, também há quem não o mereça de todo. Aprende a distingui-los e não desperdices a tua energia.

A vida pode não ser nada daquilo que esperas dela, mas será sempre essa tua coragem, determinação e sentido de humor que te farão única, e que servirão de ferramentas para te adaptares áquilo que virá.

Filha, se amanhã eu não estiver cá para te dar a mão quando a vida apertar, lembra-te que ela é como o mar, com ondas intercaladas, ora de alegria ora de revolta. Por isso, nas ondas pesadas, respira fundo, mergulha e deixa-as passar.
Quando vieres à superfície, já tudo estará mais calmo!"





* Encontrei este texto que não vinha assinado. Penso que se trata de uma tradução, a que tive que fazer uma revisão e nalguns pontos fiz algumas pequenas alterações. Mas a base é a original. No meu entender, poderia ter sido escrito por qualquer Mãe, de qualquer país, em qualquer língua, porque, na essência, a mensagem que transmite é universal: o amor incondicional de uma Mãe por uma filha ou um filho. Dedico-o à minha filha.

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