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Uma festa para muitas!
Pela presença, pela crença, pela alegria e alento, pela esperança.
Uma dor para outras! Pela
ausência e saudade imensa, pela descrença, pela desesperança, pelo abandono e
pela indiferença, por tantas razões de desalento!
Ter filhos, fazer filhos
parece simples e corriqueiro: uma mulher e um homem unidos por um acto sexual,
no momento certo de uma ovulação. E, já está! Será assim tão simples e tão
corriqueiro? Então porque há quem não os tenha, por mais que tente? E porque há
quem os tenha, por mais que não queira, e outras há que deles se desfazem, em
gestos (só) aparentemente ligeiros, desapegados e inconsequentes?
Nascer, e Morrer são os
momentos mais íntimos e solitários de um ser humano. Nascemos por vontade
alheia e Morreremos, SEMPRE, contra a nossa vontade, todos unidos por este
destino comum – até ver! Mas Dar Vida é
o ÚNICO ACTO EM QUE PODEMOS INTERCEDER OU NÃO e É PARA SEMPRE! IRREVOGAVEL!
Ao contrário de todas as
outras espécies, desse acto, seja por acaso ou fruto de uma vontade explícita, temos
consciência e, se não dele, das suas consequências. Dar vida é o nosso mais puro
acto de egoísmo, seja qual for a justificação - impelidos pelos insondáveis
desígnios da continuação da espécie, que nos estão gravados no ADN, pela vontade
inconformada de prolongarmos o ser, de deixarmos aos vindouros a nossa marca e o testemunho de que por aqui passámos ou ainda, por amor ao parceiro.
E porém, ter um filho ou
filhos é, são, mais do que genes que se fundem, dividem e multiplicam, ADN que
se partilha e repercute! Filhos, são, TÊM QUE SER, fruto de mais do que uma simples
“queca” que se dá e pronto, venha o que vier desde que saudável! E se não o
for?
Filhos são, serão sempre, filhos!
Saudáveis ou não, com 10 dedos certos nos pés e nas mãos, com Sindroma disto ou
daquilo, génios hiperactivos, calmos, passivos, deprimidos, violentos, drogados
ou, até felizes.
Quando olhamos para eles,
recém-nascidos ou ao longo dos primeiros anos de vida, seres totalmente
dependentes de nós, é impossível não realizarmos que são matéria plástica, que podemos
moldá-los e condicioná-los a nosso belo prazer. Um filho pode ser muito do que fizermos
e do que quisermos - salvo as excepções de doenças graves, congénitas ou
adquiridas que não controlamos. Amamo-lo ou não, educamo-lo ou não mas, fruto
destas variáveis, INFLUENCIAMO-LO em cada dia, paulatinamente, de forma
indelével e duradoura.
Se projectarmos o seu
futuro, ele será sempre, não no todo, mas em grande parte, fruto da nossa
influência ou da nossa ausência, da tolerância ou da intransigência, do
aconchego ou do abandono, do nosso amor ou desamor.
Mas para uma Mãe, para a
maioria das Mães, um filho, seja único ou sejam vários, é sempre um filho ÚNICO,
IRREPLICÁVEL, INSUBSTITUÍVEL!
Percebê-mo-lo? Se Somos ou Fomos Mães, percebemos.
A vida de uma Mulher é uma
até ao dia em que é Mãe. A partir daí quase tudo muda: a vida passa a ser
vista, planeada, sentida e pressentida, em suma, vivida de forma diversa. Tudo
se transforma. Até ao fim dos seus dias, o filho condicionará o seu
comportamento, as suas sensibilidades, as suas alegrias e preocupações, desejos, temores e esperanças. Nunca a sua vida voltará a ser, aos seus olhos, à flor
da pele ou no seu intimo, igual ao antes daquela vida existir.
Tenha a idade que tiver,
constitua família ou não, emigre para o extremo oposto do planeta, UM FILHO
SERÁ SEMPRE UM FILHO. Umas lidarão melhor do que outras com a progressão do
tempo, com a aceitação do crescimento, com a noção de posse e a reaprendizagem
do desapego, com a liberdade e com a necessidade de libertação progressiva, com
a responsabilidade e o medo da perda, com a crescente capacidade de partilha com
terceiros... OU NÃO, arcando e sofrendo com as consequências dessas variáveis e
dessas escolhas.
Mais do que ser Mãe,
SENTIR-SE MÃE é algo visceral, latente e permanente. Manifeste-se cedo, ou mais
tarde, seja-se nova e imatura, adulta e independente, madura e experiente, o
elo é quase sempre para a vida, indizível.
SER Mãe é transcendência, e
NÃO O SER, É AUSÊNCIA! SER MÃE PARECE BANAL, condição de SER NORMAL, porque faz
parte de SER MULHER! E porém, há mulheres que não se sentem mães; e há Mães que
se esqueceram de serem mulheres; e há MULHERES que por mais que o
queiram, por mais que o tentem, não foram mães; outras há, que não geraram vida dentro dos
seus corpos, mas SÃO MÃES DE CORAÇÃO!
Pelo que sou hoje, por
tantas outras Mulheres que conheço, e mesmo pelas que desconheço mas que
pressinto, vislumbro ou apenas imagino, sei, dentro de mim, que SER MÃE É O
SUPREMO ACTO DE CRIAÇÃO!
Por tudo isto, quando uma Mulher
perde um filho, mesmo que tenha outros, aquela perda é irrevogável,
insubstituível, irreparável, arrasadora.
Hoje não tenho dúvidas: um
filho é uma ABSOLUTA DÁDIVA! Um filho é esse ser que gerámos ou criámos, que nos
transcende e que nos supera, que supostamente nos resistirá e nos prolongará. E
seja ela/ele quem for, se existe um Deus, qualquer filho natural ou adoptado, é,
será sempre, FILHO DE UM DEUS MAIOR!